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Coluna do Marco ESTÁCIO OU MOCIDADE, MAS POR QUE NÃO VIRADOURO? Nessa
coluna, resolvi lembrar bons momentos de um dos melhores carnavais da
história do Sambódromo, o carnaval de 1992, um dos mais
animados da década de 90. Naquele ano, 15 escolas de samba
desfilaram no grupo especial, 8 escolas no domingo e 7 escolas na
segunda feira.
No domingo, desfilaram Acadêmicos de Santa Cruz, Leão de Nova Iguaçu, Estação Primeira de Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Caprichosos de Pilares, Acadêmicos do Salgueiro, Unidos do Viradouro e Beija Flor de Nilópolis. Na segunda feira, desfilaram Tradição, Unidos de Vila Isabel, Estácio de Sá, Unidos da Tijuca, Mocidade Independente de Padre Miguel, União da Ilha do Governador e Portela. A coluna não visa questionar o inquestionável, nem desmerecer o grande desfile da Estácio de Sá, campeã com méritos daquele carnaval. Mas o objetivo é narrar os melhores momentos de alguns desfiles e sobretudo tentar decifrar a pergunta que muita gente faz até hoje: QUEM FOI MELHOR? ESTÁCIO DE SÁ OU MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL. Duas escolas no final dos desfiles, despontavam como grandes favoritas: a Estácio e a Mocidade, mas outras quatro corriam por fora: Mangueira, Salgueiro, Imperatriz e Portela. Outra teve seu destino jogado a própria sorte: a Unidos do Viradouro. Outras foram coadjuvantes: Beija Flor, União da Ilha, Caprichosos e Unidos da Tijuca. Outras quatro lutavam para permanecer no grupo especial: Leão de Nova Iguaçu, Tradição, Vila Isabel e Acadêmicos de Santa Cruz. Quem foi melhor? Estácio, Mocidade, Mangueira, Portela, Salgueiro ou Imperatriz. E a Viradouro, onde fica nessa história? A Estácio de Sá, para mim, foi a melhor, foi emoção, foi chão, foi garra, foi escola de samba. Muito se comenta que suas alegorias e fantasias não mereciam nota máxima. Chico Spinoza e Mário Monteiro desenvolveram um grande enredo, a escola deu um show em harmonia, evolução, bateria e teve seu samba cantado a plenos pulmões pelas arquibancadas, as fantasias sintetizavam bem o enredo, a comissão de frente foi inovadora e as alegorias não estavam ricas, mas cumpriam bem seu objetivo. Perderia para quem? - A Mocidade vinha de um bicampeonato, vinha com toda a banca de favorita, trouxe belos carros alegóricos (os melhores indiscutivelmente), belas fantasias, um belo enredo de Renato Lage. As alegorias eram realmente suntuosas: o Carro de Eros, o Carro dos Soníferos entre outros mostravam a criatividade e o luxo da escola. Mas pecou em evolução e em harmonia, a certeza do tricampeonato ficou pelo caminho, apesar do delírio da platéia, o público não veio junto como veio com a Estácio de Sá. Faltou um samba melhor a Mocidade. - A Mangueira veio com toda a emoção para prestar uma grande homenagem ao Tom Jobim, levantou a platéia, mas pecou em alegorias e fantasias, além de Mestre Sala e Porta Bandeira, deu uma corridinha no final, mas fez também uma bela apresentação se recuperando do mau desfile de 1991. - O Salgueiro veio com um chão muito forte e um belo samba, chegou a liderar a apuração, mas deixou a desejar em alegorias, fantasias e em Comissão de Frente, acabou perdendo pontos preciosos nestes quesitos e ficando para trás na apuração. - A Portela veio linda, para mim, foi o melhor trabalho do Sílvio Cunha, Todo Azul que o Azul tem foi Portela na essência da palavra. O samba era divino, a escola fez um ótimo desfile em termos de chão, mas faltou emoção, foi fria demais na minha concepção. - A Imperatriz iniciava seu casamento com Rosa Magalhães, o desfile foi muito bonito, mas sem emoção. Foi a tradicional técnica da escola de Ramos, mas com um samba que não funcionou no desfile. Quem poderia ameaçar de fato a grande campeã de 1992 era a Unidos do Viradouro se a sorte não a tivesse deixado de lado. A escola de Niterói em seu segundo ano de grupo especial mostrava que chegava para ficar. Trouxe as melhores alegorias e fantasias, depois das da Mocidade, trouxe um bom enredo, um belo samba, uma ótima bateria e muita animação. Mas por azar do destino, o carro mais bonito da escola (o carro da Rússia) pegou fogo no final do desfile e atrapalhou todo o esforço da escola até então, a escola que vinha grande e já apressava o passo para passar no tempo, se perdeu quando teve que esperar a solução do incêndio. Vamos analisar uma coisa, a escola de Niterói perdeu 13 pontos por ter ultrapassado em 13 minutos o tempo de cronometragem. No total, fez 281,5 pontos. SE e eu estou dizendo SE a Viradouro tivesse tido mais sorte e não perdesse os 13 pontos, chegaria com 294,5 pontos (ficaria na 3ª posição), mas levando-se em conta que a escola perdeu 3 pontos em evolução e 1 em harmonia que, com certeza, foram em conseqüência do incêndio e do tempo em que a escola ficou parada esperando a resolução do Corpo de Bombeiros, chegaria com esses 4 pontos a 298,5 pontos e empataria com a Estácio de Sá. Por isso, eu, em cima, afirmei, a maior ameaça a Estácio seria a Unidos do Viradouro sem o incêndio, mas o destino quis assim e o título ficou em ótimas mãos como teria ficado também se fosse para o outro lado da Baia.
Marco |
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