Márcio Souto surgiu para o grande público em 1993, ao
gravar o samba "Não existe pecado do lado de lá do
Túnel Rebouças", pela Caprichosos de Pilares. Em
sua estréia como puxador no Grupo Especial, teve a
árdua tarefa de substituir o mítico Carlinhos de
Pilares. Desde então, o cantor teve uma carreira
meteórica, até seu sumiço dos carros de som a partir
de 2000.
Ao gravar o samba em 93, Márcio
Souto se limitava a apenas interpretar o samba,
arriscando pouco nos cacos de empolgação. Com o passar
dos anos e adquirindo mais cancha, o intérprete, além
de aperfeiçoar o canto, foi se deixando contagiar e
passou a transmitir mais vibração na avenida.
Após uma estréia não muito feliz (a
Caprichosos enfrentou problemas naquele desfile e só
não foi rebaixada graças ao tapetão), Márcio Souto
não teve continuidade na escola e foi substituído por
Luizito. No ano seguinte, o cantor se transferiu para a
Canários das Laranjeiras, que ainda engatinhava como
escola de samba, depois de uma trajetória de 40 anos
como bloco. Márcio puxou o samba "Quem é bom já
nasce feito", vencedor do Estandarte de Ouro do
Grupo A daquele carnaval. No ano seguinte, no entanto, um
fato inusitado marcou a carreira do intérprete: a escola
enfrentou problemas estruturais e as fantasias de
diversas alas - entre elas, a bateria - não ficaram
prontas a tempo do desfile. Os ritmistas não se
apresentaram no sambódromo e a Canários das Laranjeiras
entrou na Marquês de Sapucaí sem os componentes da
bateria, apenas com um surdo de marcação pontuando o
samba. Márcio Souto, os cantores de apoio e os
componentes da Canários levaram o samba "Seu
conductor, dim dim, seu conductor" literalmente à
capella. O esforço, no entanto, não foi suficiente para
a escola da Zona Sul escapar do rebaixamento.
Após a infeliz experiência no bairro das
Laranjeiras, o intérprete exerceu dupla função no
carnaval de 1997: foi contratado para defender a São
Clemente, que desfilaria no Grupo A e também foi
anunciado como o cantor oficial da Acadêmicos do Cubango,
que desfilaria no Grupo B. Para o carnaval do ano
seguinte, Márcio Souto iria repetir a dobradinha São
Clemente/Cubango. No entanto, a São Clemente não
conseguiu uma vaga para o Grupo Especial. A escola
terminou empatada em primeiro lugar com o mesmo número
de pontos de Tradição e Caprichosos. Como apenas duas
entidades subiriam, a São Clemente acabou preterida
pelos critérios de desempate. A entidade se sentiu
prejudicada e recorreu à Justiça para assegurar a
presença no desfile principal em 1998, o que acabou não
ocorrendo. Como não seria possível cantar em duas
escolas da mesma categoria - já que a Cubango havia
subido para o Grupo A -, Márcio Souto teve que optar e
preferiu permanecer na escola de Niterói, cedendo seu
lugar na amarelo e preto da Zona Sul para David do
Pandeiro.
Em 1999, com a
classificação da São Clemente para o Grupo Especial,
Márcio Souto novamente foi recontratado e chegou a
gravar o samba "A São Clemente comemora e traz Rui
Barbosa para os braços do povo" no disco oficial.
No entanto, logo em seguida, foi substituído por
Serginho do Porto, que cantou o samba na avenida. O mesmo
aconteceu na Cubango: o intérprete gravou o samba de
1999 da escola de Niterói, mas foi substituído por
Rixxa na avenida. Desde então, Márcio Souto não
figurou mais nos carros de som na Marquês da Sapucaí.
Chegou a comandar um conjunto, o Samba Solto. Como
compositor, teve canções gravadas pelo Grupo
Revelação, como "Coração Radiante".
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Primeiro
ano: Caprichosos de Pilares, em 1993
1993 - Caprichosos
1994 - Canários das Laranjeiras
1995 - Canários das Laranjeiras
1997 - São Clemente e Cubango (grupo B)
1998 - Cubango (grupo A). Também gravou o samba da São
Clemente num CD-demo produzido pela escola, mas não
cantou na avenida.
1999 - São Clemente e Cubango (só gravou os sambas no
CD, mas não cantou na avenida)
GRITO
DE GUERRA: Briiilha (diz o nome da escola)! Canta (diz
o nome do bairro)!
CACOS
CARACTERÍSTICOS: "ih, quero ouvir bateria";
"que beleza"; "que liiiindo"; "roda,
baiana"; "tá chegando a hora"; "aja
coração"; "vamos lá, gente"; "sacode,
sacode"; "só no suíngue".
SAMBAS
DE SUA AUTORIA: "Os pontos de nossos contos"
(Cubango/97, com Boró, Fernando de Lima e Márcio André);
"Nausicaa - A odisséia cubanga nos verdes mares"
(Cubango/98, com Boró, Fernando de Lima, Huguinho e
Marcio André).
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