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UM PAPO BOM A BESSA Nas últimas semanas, estive envolvido na
produção do CD da LIESV que, pela primeira vez, terá a grande
maioria de seus sambas gravados Enquanto as faixas eram mixadas e remasterizadas, Bessa e eu começamos a conversar sobre minhas críticas, um tanto quanto negativas, sobre o CD do Acesso aqui no SAMBARIO. Entretanto, e isto tem de ser bastante ressaltado, ao contrário de grande parte dos fãs de “Candaces”, Bessa foi extremamente educado e contra-argumentou. Falou que os CDs dos Grupos de Acesso têm um
público específico, diferente do Grupo Especial. É um público
que freqüenta as quadras e quer ouvir os sambas naquela pegada.
E que, geralmente, esse público critica bastante a produção do
CD do Grupo Especial. A gravação do CD dos grupos de acesso, ao
vivo na quadra da Curicica, é complicada - segundo ele, seria
até muito mais fácil contratar músicos, montar as partituras e
gravar as faixas Algumas observações são pertinentes – a
produção do CD do Grupo Especial está longe de ser uma
maravilha. Para mim, a sonoridade que mais chega a que eu
considero ideal para um CD de sambas-enredo é aquela dos LPs do
final dos anos 80, em especial o LP de 89, que, não por acaso,
é o que tem a maior vendagem entre todos. Acho que os LPs gravados nos anos 90 no Teatro de
Lona muitas vezes têm um som carregado demais e que isto foi uma
das razões do declínio das vendagens (juntamente com a queda de
qualidade dos sambas e a pirataria). O som dos LPs começou a
ficar distante demais do som das músicas que tocam nas rádios.
Tanto isso foi percebido pelos produtores do CD que, a partir de De Com relação ao CD do Acesso, a produção de
Léo Bessa quase atinge seus propósitos. Provavelmente pelo
volume da voz dos intérpretes, muito alto, um pouco da energia
das apresentações se perde. E essa energia não é proporcional
a velocidade dos sambas – tanto que o LP de 1968, apesar da
produção precária e da lentidão dos sambas, esbanja energia. Agora, uma coisa tem de ser destacada – em
comparação os LPs do Grupo de Acesso dos anos 90, quase todos
pavorosos, os CDs produzidos pelo Bessa são uma maravilha. A
evolução na qualidade de gravação é assombrosa, sem sombra
de dúvidas. Só que a crítica carnavalesca não pode deixar de
apontar suas impressões, até para que a produção do CD,
analisando os comentários, possa melhorar ainda mais. Aliás, o Bessa me falou algo alarmante –
muitas vezes, em estúdio, ele tem de diminuir a velocidade das
faixas tamanha a fúria das baterias. Portanto, as baterias das
escolas precisam puxar o freio nas gravações e valorizar mais
os sambas. Caso contrário, pegam um samba como “O
Amanhã” e o derrubam totalmente, como foi feito pela Boi da
Ilha há dois anos. Por fim, Bessa me adiantou algumas das novidades
para os CDs do acesso deste ano. Sabendo que o fator surpresa é
importante para valorizar o produto, deixo os senhores imaginando
o que vem por aí. E adianto logo - vai ser bem bacana. ***** Falando no CD da LIESV, temos, pela primeira vez,
um CD do Carnaval Virtual em que mais de 90% das faixas foi feita
estúdio. E com participações muito especiais. Ao longo das
próximas colunas, falarei dos papos que eu tive com alguns dos
grandes intérpretes do nosso carnaval, dentre eles, o próprio
Léo Bessa, Igor Vianna, Carlinhos da Paz e Anderson Paz. Alguns
tiveram detalhes e histórias curiosas de bastidores e de
eliminatórias de samba enredo. Quanto ao CD da LIESV, baixem de
graça em www.liesv.com. ***** Recebi um email de um amigo leitor falando sobre o
mp3 do LP “Escolas de Samba em Desfile”, que foi
colocado para download com exclusividade pelo SAMBARIO. Na coluna anterior, jogamos uma dúvida no ar
– qual seria a escola “Padre Miguel”, responsável
por quatro faixas do LP? Seria a Mocidade Independente ou a
Unidos? Segundo o leitor, nenhuma das duas... e eu tendo a
concordar com ele. Parece que, na verdade, a escola representada no
LP é a Unidos de Bangu. Isso mesmo, a Unidos de Bangu! A escola
teve um samba sobre os bandeirantes em 1961, quando foi a
terceira colocada do Grupo 2. Em 1967, com “os Precursores
da Abolição”, foi a 19ª do Grupo 3. Entretanto, quanto ao samba sobre o
“Guarani”, apesar da escola ter levado este enredo em
1971, não é o da Unidos de Bangu. Como eu sei disso? Porque eu
tenho o LP de sambas enredo do Grupo 3 de 1971, que disponibilizo
agora para os amigos do SAMBARIO. Para muitos, o LP do grupo de acesso (ou grupo 2)
de 1971 é o mais raro de todos. Não é. Na verdade, em 1971,
tivemos cinco LPs para os três grupos. Para o Grupo 1, hoje
chamado especial, tivemos o Festival do Samba e o de capa amarelo
alaranjado, a minha versão preferida. Tivemos o do Grupo 2 e
este do Grupo 3. Ambos, no entanto, não trazem todos os sambas
de cada grupo. Foi feito um quinto LP, com os sambas do Grupo 2 e
3 que ficaram de fora dos LP dos respectivos grupos. Esse LP tem
capa verde-escura e uma foto em preto e branco, tem a inscrição
“gravado ao vivo” e é, sem dúvidas, o mais raro dos
LPs de Samba Enredo das escolas de samba do Rio de Janeiro. Uma vez, numa feira na Praça XV, eu tive esse LP
nas mãos, sendo vendido por cinqüenta centavos. Deixei de
comprar pelo estado realmente lastimável da bolacha,
provavelmente irrecuperável. Fiquei arrependido e nunca mais vi
o LP. Inclusive, acho que até os maiores colecionadores
desconhecem a existência desse LP. O LP do Grupo 3, que está sendo disponibilizado
pelo SAMBARIO, talvez seja o segundo mais raro. Além de possuir
faixas de inúmeras escolas extintas, dentre elas a própria
Unidos de Bangu, o LP tem também os sambas de Caprichosos de
Pilares e Unidos da Ponte. Peço desculpas pela qualidade ruim de algumas
faixas, mas o que vale é o registro. Eis o link: http://www.4shared.com/file/19108613/82bf203b/Sambas_de_Enredo_do_Grupo_3_1971.html ***** Em breve, estarei em jornada dupla, comentando
sobre sambas enredo no site Carnaval de Campos (www.carnavaldecampos.com.br), do meu amigo Marcelo Sampaio. É muito
importante prestar atenção no trabalho realizado pelos
sambistas do interior do Rio e do resto do Brasil, descobrindo e
revelando valores que estão escondidos pelos limites
geográficos ou, o que é mais triste, financeiros e políticos. Abraços a todos! João
Marcos |
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