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JAMELÃO

JAMELÃO

       

       

 

    

        Nome completo: José Bispo Clementino dos Santos

 

       Ano de nascimento: 1913

       

        Ano de falecimento: 2008

                                                              

   
          Não sou puxador. Não puxo carro, não puxo droga, nem puxo saco de ninguém. Sou intérprete de samba-enredo!

         Graças a declarações como estas, muita gente deixou de ser puxador e exigiu a denominação de intérprete de samba. O autor da frase foi o mais célebre dos intérpretes de samba enredo, Jamelão, que por quase seis décadas interpretou o samba da verde e rosa na avenida.

          José Bispo Clementino dos Santos nasceu a 12 de maio de 1913. Tendo trabalhado como engraxate e vendedor de jornais, desde criança já demonstrava intimidade com o cavaquinho e o tamborim, tocando precocemente em gafieiras e na bateria da Estação Primeira da Mangueira. Em 1947, venceu um programa de calouro e conseguiu, como prêmio, um contrato com o selo Continental. Em 1949, foi convidado para cantar o samba da verde-e-rosa no desfile das escolas de samba, cargo que ocupa até hoje. Paralelamente ao sucesso obtido à frente da Mangueira, Jamelão construiu uma forte imagem de cantor de dor-de-cotovelo, principalmente através de dois álbuns que gravara em homenagem a Lupicínio Rodrigues.

           Apenas uma vez Jamelão teve um samba-enredo de sua autoria desenvolvido na avenida. Foi no carnaval de 1955, com o samba “As quatro estações do ano”, também conhecido como “Primavera”, em parceria com Nélson Sargento e Alfredo Português.

           O pior momento vivido por Jamelão na Mangueira foi em 1985. Havia  muita expectativa em torno da verde-e-rosa que, no ano anterior, havia se sagrado supercampeã do carnaval, na inauguração do Sambódromo. Com um belo samba sobre Chiquinha Gonzaga, o mestre dos intérpretes ainda teria que cumprir uma agenda de shows em Portugal em plena noite de sábado de carnaval. Mesmo com a Mangueira desfilando ao amanhecer de segunda-feira, ficou a expectativa para ver se Jamelão conseguiria chegava a tempo de cantar para sua escola. Infelizmente, o vôo de retorno para o Rio de Janeiro atrasou e quando Jamelão pisou o pé na Marquês de Sapucaí, a Estação Primeira adentrava na dispersão. O samba foi cantado por Rubens da Mangueira, veterano compositor da escola e um dos cantores do coral de apoio. Os mangueirenses sentiram a falta da portentosa voz de Jamelão, verdadeira bandeira da escola.

            Apesar de várias propostas, Jamelão nunca se rendia a uma homenagem, sempre fugindo da idéia de virar enredo, pelo menos, enquanto estivesse vivo. “Virar enredo? Eu não! Ainda não morri!”. Mesmo assim, um pouco antes de morrer, o lendário intérprete teria pedido para que não virasse enredo de maneira nenhuma.

            Segundo o próprio intérprete, três sambas defendidos na avenida lhe emocionam: “O mundo encantado de Monteiro Lobato” (1967), “No reino da Mãe do Ouro” (1976) e “Mangueira mostra ao mundo o que Dorival Caymmi tem” (1986). Ao ser questionado sobre “Cem anos de liberdade... Realidade ou ilusão?”, o célebre samba de 1988 da Mangueira, Jamelão surpreendeu a todos ao declarar, num misto de enfado e desprezo, que “o samba era bom, mas poderia ser melhor elaborado”.

           O CD do Grupo Especial de 2007 foi o primeiro desde 1986 que não teve a voz de Jamelão cantando o samba-enredo da Mangueira, pois o intérprete não pôde participar da gravação devido a uma isquemia cerebral e foi substituído por Luizito. Jamelão faleceu em 14 de junho de 2008, vítima de uma infecção renal. Antes do enterro, seu caixão, conduzido por um carro de bombeiros, percorreu por toda a Marquês de Sapucaí, formalizando seu último desfile na Passarela em que tanto emocionou corações. 

INÍCIO: Mangueira, onde foi intérprete oficial de 1949 a 2006. 

Jamelão também foi o intérprete da escola paulista Unidos do Peruche nos anos de 1988, 1989, 1994 e 1998. Jamelão ainda gravou o samba da escola Balaku Blaku (Manaus), em 1990.

Grito de guerra: Não tem! Esporadicamente, no disco, usava o "Minha Mangueira".

Gritos de empolgação: Não tinha! Se dedicava apenas a cantar o samba

Samba de sua autoria: "Primavera, as Quatro Estações do Ano" (Mangueira/55, com Nelson Sargento e Alfredo Português)

Estandartes de Ouro: (6) 1974 (como destaque masculino), 1982, 1990, 1992, 1996 e 1998 (como intérprete), Tamborim de Ouro de personalidade (Eu sou o Samba) em 2002 e 2003.

MAIS FOTOS DE JAMELÃO




Cantando com Elza Soares


No desfile de 1975, Jamelão solta o vozeirão ao lado de Beth Carvalho




Com Aroldo Melodia


Em 1988






Cantando com Ney Vianna em 1978


No desfile de 1972


Em 1980, na vinheta gravada pela Globo exibida durante o desfile (será que ele gostou do "puxador" no GC?)


Em 1987

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