GRILLO
GRILLO
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Nome Completo: Wallace Coelho Álamo
Ano de nascimento: 1948
Ano de falecimento: 2022
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Dono
de uma voz grave e potente que se tornou a marca da Unidos da Ponte por
mais de uma década, era assim que o intérprete Grillo
iniciava as gravações dos sambas e os desfiles pela
agremiação da cidade de São João do Meriti,
na Baixada Fluminense: “alô povão meritiense... olha
a Ponte aí!”.
O cantor chegou à escola em 1979, por intermédio de dois
sambistas da cidade, Maninho da Cuíca e o partideiro Bebeto Di
São João, já famoso nas rodas de samba cariocas e
autor de vários sambas gravados por nomes como Dicró,
Bezerra da Silva, Grupo Exporta Samba, entre outros. Grillo defendeu um
samba de autoria dos dois amigos. No carnaval de 1980, o cantor passou
a integrar o grupo de intérpretes da azul e branco do bairro de
São Mateus.
O ano de 1983 marcou a estreia de Grillo como intérprete oficial
da Unidos da Ponte na Marquês de Sapucaí, substituindo no
microfone Paulista, – um veterano sambista da Baixada – que
em anos anteriores tinha sido puxador da escola e também de um
bloco carnavalesco de São João, o Mocidade de São
Mateus. E logo na estreia, Grillo foi presenteado com a obra-prima
“E eles verão a Deus” (de Mazinho, Ambrósio e
Renatinho), um dos mais belos sambas da história do carnaval
carioca. Este samba é sempre exigido pelo público quando
o intérprete faz suas apresentações musicais.
Grillo acompanhou a fase áurea da agremiação, que,
sob a presidência de Édson Tessier se manteve no Grupo
Especial por vários anos seguidos na década de 80. Em
1984, na inauguração do Sambódromo, a Ponte levou
à passarela outro belíssimo hino,
“Oferendas”. Nesta ocasião, Grillo colocou seu filho
Og, na época com apenas 14 anos, para ser um dos cavaquinistas
no carro de som. O menino gostou tanto da experiência que
prosseguiu no mundo do samba, se tornou compositor e hoje é
conhecido como Og do Cavaco. Apesar do belo desfile, a escola foi
rebaixada para o grupo 1-B.
Em 1989 e 1990, Grillo foi substituído por Aroldo Melodia, mas
retornou à escola em 1991. Após o carnaval de 1992,
quando a Ponte conquistou, com um vice-campeonato, o acesso ao Grupo
Especial, o cantor deixou como sucessor o jovem Serginho do Porto. A
partir daí, Grillo foi se afastando da função de
intérprete para se dedicar a assuntos internos na Ponte.
Após o carnaval de 1999, Grillo encontrou sua querida escola
recém rebaixada ao grupo 2-A (terceira divisão do
carnaval carioca) e resolveu se candidatar a presidente da
agremiação, vencendo as eleições internas.
Nos anos de 2000 e 2001, Grillo ocupou a presidência da Unidos da
Ponte e atingiu a meta de fazer com que a simpática entidade
retornasse ao grupo 1-B e em condições de novamente
figurar na elite do carnaval. Em 2002, junto com David Corrêa e
Naldo, compôs o samba da Portela daquele ano, “Amazonas,
esse desconhecido. Delírios e verdades do Eldorado Verde”,
e ainda ajudou o intérprete Gera a cantar a obra na avenida.
Depois dessa fase, Grillo se afastou novamente do carnaval até
retornar em 2010, concorrendo e ganhando a disputa de outra escola da
Baixada, a emergente Inocentes de Belford Roxo, mas não assinou
seu nome na parceria vencedora.
Segundo o sambista, seu melhor momento no carnaval aconteceu em 1988.
Grillo afirma que a gravação do samba “O bem-amado
Paulo Gracindo” no disco do Grupo Especial daquele ano foi o seu
melhor desempenho em estúdio e também na avenida. No ano
seguinte, o cantor esteve fora dos desfiles do carnaval carioca, mas
pôs voz na gravação do lindo samba da Reino Unido
da Liberdade, escola de samba de Manaus (que viria a se tornar a
campeã daquele carnaval): “Mãe Zulmira, o amanhecer
de uma raça”. Sua participação se deu a
pedido de Laíla, que produziu o disco do carnaval manauara de
1989.
Grillo até hoje lamenta um equívoco ocorrido após
a escolha do samba da Unidos da Ponte para o carnaval de 1985, quando a
escola disputou pelo grupo 1-B. O samba “Dez, nota dez”
constou no encarte do disco e também nos materiais de
divulgação erroneamente como uma composição
apenas sua. O fato lhe gerou muita dor de cabeça e
aborrecimentos. Na verdade, trata-se da fusão de dois sambas.
Além dele, os sambistas Maninho da Cuíca, Bino da Viola e
Jorrada também compuseram a obra.
Em 2011, a Ponte levou para a Avenida Intendente de Magalhães,
no Grupo C, um samba de sua autoria, que havia sido derrotado na
disputa para o enredo “Oferendas”, de 1984. A
reedição daquele carnaval levou o nome de
“Orixás”.
Com mais de setenta anos de idade, o intérprete seguiu com a voz em forma e até 2020 participou das
disputas de samba na Unidos da Ponte, onde foi uma das
personalidades da escola e ícone na interpretação
de samba enredo. Grillo faleceu num dia de São Jorge com Carnaval fora de época, em 23 de abril de 2022.
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INÍCIO: 1979, defendendo samba na Unidos da Ponte. No ano seguinte, passou a ser apoio no carro de som.
1980 a 1982 – Unidos da Ponte (apoio de Paulista e Ambrósio)
1983 a 1988 – Unidos da Ponte (cantor principal)
1989 – Reino Unido da Liberdade (Manaus, na gravação do LP)
1991 e 1992 – Unidos da Ponte (cantor principal)
2002 – Portela (apoio de Gera)
GRITO DE GUERRA: Alô, povão meritiense, olha a
Ponte aí!
CACOS DE
EMPOLGAÇÃO:
“na raiz, na raiz”; “simbora,
Ponte”; “diz aí”; "beleza, beleza".
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SAMBAS DE SUA AUTORIA:
“Dez, nota dez” (Ponte/1985, com Maninho da Cuíca,
Bino da Viola e Jorrada); “Tá na hora do samba, que fala
mais alto, que fala primeiro” (Ponte/1986, com Denise, Dilsinho e
Freitas); “G.R.E.S. Saudade” (Ponte/1987, com Silvio e
Zoinho); “Da cor do pecado” (Ponte/92, com Naldo, Osvaldo
do Parque, Og do Cavaco e Serginho do Porto); “Amazonas, esse
desconhecido. Delírios e verdades do Eldorado Verde”
(Portela/2002, com David Corrêa e Naldo); “Pecado
capital” (Ponte/2006 – reedição do samba de
1992); “Água para prover a vida” (Inocentes de
Belford Roxo/2010, com Jair PQD, Zé Carlos, Peniche, Gilmar e
Estevão); “Orixás” (Ponte/2011, com Peniche e
Fernandão); “Ah, eu tô feliz! Eu vou na praia com a
Matriz” (Matriz de São João de Meriti/2017, com
Charles 99, Og do Cavaco, João da Light, Cabeça Jr e
Marcos Orelha).
DISCOGRAFIA:
Sambas Enredo Grupo Especial 1983 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo Especial 1984 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo 1-B 1985 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo Especial 1986 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo Especial 1987 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo Especial 1988 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Manaus 1989 (faixa Reino Unido da Liberdade)
Sambas Enredo Grupo 1 1991 (faixa Unidos da Ponte)
Sambas Enredo Grupo 1 1992 (faixa Unidos da Ponte)
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MAIS FOTOS DE GRILLO
O intérprete em 1985, ano de "Dez nota dez"
Grillo nos ensaios da Ponte para o carnaval de 1983, ano do legendário "E eles verão a Deus"
No clipe da Globo para o carnaval de 1987, com o
samba "GRES Saudade" (imagem extraída de vídeo do canal
do Youtube de Daniel Marques)
Prestes a entrar na avenida, concedendo entrevista
na transmissão da TV Globo, em 1988.(imagem extraída de
vídeo do canal do Youtube de Daniel Marques)
Na vinheta da Globo para o carnaval de 1988, no auge
da carreira, cantando o samba "O bem amado Paulo Gracindo" (imagem
extraída de vídeo do canal do Youtube de Daniel Marques)
Cantando "Da cor do pecado", no carnaval de 1992, no desfile da Unidos da Ponte pelo Grupo 1-B
Grillo se apresenta na quadra da Unidos da Ponte em 2017, com o vozeirão ainda em forma
Grillo na quadra da Ponte em outubro de 2017, na disputa do samba para o carnaval 2018, que foi derrotado
Grillo (o senhor grisalho em primeiro plano) puxando o samba da Portela
de 2002
Em 1987, pela Unidos da Ponte
Fotos: Diego Lopes, Rixxa Jr (com câmera
digital focando a TV) e Igor Munarim
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