Oxente! Venha com a gente
Nesta viagem vamos juntos embarcar
Se achegue, vem mais pra perto
Que eu tó doidinho para "prosear"
Sou cordelista arretado...
Trago o legado de um povo em meu peito
Conto a história de cordel
Em um pedaço do agreste brasileiro
A corte onde sol brilhava forte
Vivia com sorte, sem desilusões
A fartura imperava
O arrasta-pé rolava em tantas celebrações
Mas chegou a "pindaíba", a maldade e seus dragões
CABRA VALENTE, POVO ARRETADO É O SERTANEJO
LEVANTA A POEIRA DO CHÃO RACHADO, BATE NO PEITO!
ATÉ O PAVÃO "AVOOU" CHEGOU A HORA
NO PAU DE ARARA, MEU AMOR VAMOS "SIMBORA"
Voa linda Asa-Branca, pra fugir do carcará
Lampião deixou o legado, sua tropa foi lutar
Sem sucesso na batalha a corte viaja pra outro lugar
Lá vai conselheiro querendo encontrar
Vai lá pro sudeste se apega em "padim"
Montado no jegue segue a procurar
A nova terra, um novo lugar (e foi achar )
No rio a nova morada
Nesta caminhada, a corte "chegô"
Pisou na terra, só faltava batizar
Mandacaru brotou com força neste chão
E a feira de barro, em renda e retalho
Levou o nome de Luiz rei do baião!
Se "avexe não", sinta o sabor deste lugar
O novo reino floreceu, fincou raiz
Da fruta doce eu também quero provar
Traz a marvada pra festança ser feliz
O baile da corte já vai começar
Tem frevo com samba e até são joão
Em São Cristovão o forró vai esquentar
Segura a saia que o refrão é arrastão:
VEM CANTAR COM EMOÇÃO!
VENHA FORROZEAR, A GÁVEA VAI PASSAR, NESTA AVENIDA
LEVANTE E SAMBE DEIXE DE "PARANGOLÉ",
PULA A FOGUEIRA NESSE ARRASTA-PÉ!