GAMBAZINHO
GAMBAZINHO
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Nome
completo: Jorge Tavares Machado
Ano de nascimento: 1942
Ano de falecimento: 2024
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Nascido e criado no morro do Borel, na Tijuca, o cantor e compositor
Jorge Machado começou a sua trajetória no mundo do samba
na Unidos da Tijuca, escola em que seus pais foram fundadores. Em 1956,
aos 12 anos de idade, saiu na Ala dos Mascotes, hoje tida como ala das
crianças. Saiu na Ala dos Príncipes, foi ritmista na
bateria e depois ingressou na ala dos compositores.
O apelido “Gambazinho” foi herdado do pai, o Mané
Gambá, sambista famoso no morro por sua predileção
pela “água que passarinho não bebe”. Na
Unidos da Tijuca, Jorge foi campeão de samba por três
vezes, sempre assinando sozinho.
Em 1975, a escola desfilou com o belíssimo “Magia africana
no Brasil e seus mistérios”, que deu à azul e
dourado o prêmio Estandarte de Ouro na categoria Samba Enredo do
Grupo 2, promovido pelo jornal O Globo, e até hoje é
lembrado pelos bambas. No ano seguinte, a obra premiada integrou o
disco “História do Brasil através dos sambas de
enredo – O negro no Brasil”, coletânea de sambas
clássicos que remetem a história do país
através das situações vividas pelo negro desde a
escravidão encarada até a assinatura da Lei Áurea.
“Magia...”, aliás, foi um samba que correu o mundo,
conforme Gambazinho. “Durante muito tempo, esse samba esteve no
repertório dos shows que Grande Otelo e Watusi faziam na antiga
e renomada casa de shows Scala-Rio e que percorreu vários
países”, explica. O samba também recebeu
regravações de renomados grupos musicais como As Gatas e
o Conjunto Nosso Samba. Mesmo entre tantas alegrias, o samba só
não conseguiu alcançar o objetivo principal: o
título de campeã do Grupo 2 à Unidos da Tijuca em
1975. “Naquele ano deveríamos ter vencido o carnaval.
Só não vencemos porque a Direção de Desfile
da Riotur nos tirou cinco pontos no quesito Concentração
e deu para a Unidos da Ponte, que não concentrou e nem sequer
desfilou”, lembra Jorge Machado.
Nota do Redator: As escolas que
chegaram nas duas primeiras posições do Grupo 2 de 1975 e
subiram para o Grupo 1 foram a Lins Imperial (campeã, com 106
pontos) e a Tupy de Brás de Pina (vice, com 105 pontos). Segundo
o resultado oficial, a Tijuca fechou a apuração com 97
pontos (6º lugar) e, se não tivesse perdido cinco pontos no
quesito Concentração, terminaria com os mesmos 105 pontos
da Tupy, provocando, no mínimo, um empate no vice-campeonato. A
Ponte foi desclassificada por não se apresentar para o desfile.
Gambazinho sempre gravou seus sambas nos discos oficiais de carnaval e
defendeu suas obras na avenida. Ele explica que, nos anos 70, o carro
de som das escolas era formado por um, no máximo, dois
puxadores. “Antes nós levávamos o samba no
gogó praticamente sozinhos, junto com os componentes da escola,
não havia esse coral de vozes que tem hoje nos carros de
som.”
Além da Unidos da Tijuca, Gambazinho também teve a honra
de ser um dos fundadores da Unidos de Lucas, pois desfilava na Unidos
do Capela, que, junto com a Aprendizes de Lucas, foi escola-mãe
do Galo de Ouro da Leopoldina. Em Lucas, saiu na bateria e na ala dos
compositores. Em 1984, Gambazinho foi convidado para ser o
canário da escola, para interpretar “Dança
Brasil” (de Geraldo Santa Rita, Anelito Martins e Gustavo
Coelho). Nos dois anos seguintes, foi o microfone número 1 da
escola, com o nome de Jorginho Machado, chegando a ser campeão
de samba enredo em 1986 com “No ano da Copa, bota no meio”.
Terminado o seu ciclo na Unidos de Lucas, foi a vez de desembarcar na
Cidade Alta e concorrer na Independente de Cordovil. No Dragão
da Leopoldina, ele e seu parceiro Lula Barbudo assinaram e cantaram o
samba “Marrom, som Brasil”, na Sapucaí, em 1989.
Jorge Machado – funcionário público municipal
aposentado – ainda compõe e participa de disputas de samba
enredo na Unidos da Tijuca, mas ele afirma que, por absoluta falta de
recursos, não tem como competir de igual para igual contra as
parcerias milionárias que hoje dominam os concursos.
“Acaba sendo muito caro arcar com os gastos de
gravação de estúdio, cachê para puxador,
camiseta e lanche para torcida”, ressalta.
O simpático Gambazinho prestigia várias velhas guardas do
Rio de Janeiro. O próprio sambista foi eleito Cidadão
Velha Guarda da Associação das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro. Também é integrante da velha guarda da
simpática Unidos do Cabral, e ainda brinca na Velha Guarda da
Acadêmicos de Santa Cruz.
Em 2014, Gambazinho lançou seu primeiro CD,
“Meu companheiro de fé”, com 14 músicas
inéditas (a maioria de sua autoria), divulgando a bolacha em
emissoras de rádio e fazendo shows. A família de
Gambazinho também é constituída por vários
músicos, entre eles, sua irmã, a cantora e compositora
Elaine Machado, que gravou o disco Raça Brasileira, produzido
por Milton Manhães, em 1985. Gambazinho morreu em 21 de abril de 2024.
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INÍCIO: Unidos da Tijuca (1956)
1972
a 1975 – Unidos da Tijuca
1984 a 1986 – Unidos de
Lucas
1989 – Independentes de
Cordovil
GRITO DE GUERRA: Olha a Unidos da Tijuca aí! –
Alô meu povão de Parada de Lucas, olha o Galo de Ouro
aí! (para
a Unidos de Lucas) – Alô Independentes de Cordovil!
Arrebenta, Cidade Alta!
GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: “Que beleza”; “alô
bateria”; “diz aí!”;
“riba!”; “tá bonito”;
“beleza, beleza”; “é
só dizer”.
SAMBAS DE SUA AUTORIA: “Lenda e glória da cidade de
Itaguaí” (Unidos da Tijuca/1971), “Bom dia,
café” (U.Tijuca/1973), “Magia africana no
Brasil e seus mistérios” (U.Tijuca/1975), “No
ano da Copa, bota no meio” (Lucas/1986, com Anelito Martins e
Dona Gertrudes), “Marrom som Brasil” (Cordovil/1989,
com Lula Barbudo).
PRÊMIOS: Estandarte de Ouro 1975 (Melhor Samba
Enredo do Grupo 2).
DISCOGRAFIA:
- LP Sambas
de Enredo das escolas de samba do Grupo 2 1973
- LP Sambas de enredo das escolas de samba do Grupo 2 1975
- LP História do Brasil Através dos Sambas de Enredo 1976
- LP Sambas de enredo das escolas de samba do Grupo 1B 1984
- LP Sambas de enredo das escolas de samba do Grupo 1B 1985
- LP Sambas de enredo das escolas de samba do Grupo 1B 1986
- LP Sambas de enredo das escolas de samba do Grupo 1B 1989
- CD Meu companheiro de fé (2014)
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