O puxador Eraldo Caê foi - durante mais de uma década - o
imediato de Jamelão no carro de som da Mangueira e estava sendo
preparado para ser o sucessor do velho mestre na escola verde e rosa.
Tanto é que, em virtude dos compromissos profissionais do sr.
José Bispo, era Eraldo Caê o porta-voz da
Estação Primeira nos ensaios e
apresentações em programas de tevê.
Eraldo Caê é cria
da Mangueira, onde começou muito cedo. Participava das rodas de
samba e em seguida começou a disputar sambas na verde e rosa e a
cantar no carro de som acompanhando Jamelão. No entanto, sua
primeira chance como intérprete oficial ocorreu em 1986, na
União de Vaz Lobo. O cantor gravou "A festa no castelo de
Xangô" (Delso Carvalho, Guadalupe, Naldo do Cavaco e Jesus da
Bahia), um dos sambas mais bonitos daquele ano, quando a escola
desfilava no Grupo 2-A.
Nos discos oficiais dos sambas,
por ser o "segundo" de Jamelão, Eraldo marcava presença
na faixa da Mangueira, ora fazendo cacos, ora cantando os alusivos. Em
1993, emplaca seu primeiro (e até agora, único) samba na
verde e rosa, "Dessa fruta eu como até o caroço". Durante
o período em que esteve na Manga, participou de um luxuoso naipe
de cantores de apoio, que contou com nomes como Jurandir da Mangueira,
Sobrinho (89 a 92), Rixxa e David Corrêa (94), Luizito (desde
98), Clóvis Pê (2000 a 2005) e Bruno Ribas (2003).
Em 1997, participou do carnaval
de São Paulo, na Vai-Vai, dividindo com o intérprete
paulistano Thobias a condução do samba "Liberdade ainda
que Vai-Vai". O samba, aliás, era de autoria dele, de seu
conterrâneo, Washington da Mangueira, e Wilma Correa.
A partir do ano 2000, no
entanto, viu seu espaço na Estação Primeira ficar
cada vez mais restrito. Perdeu o posto de segundo puxador para
Clóvis Pê e parou de sair no carro de som da escola,
passando somente a defender sambas de sua autoria nas disputas internas
da Mangueira. Porém, em 2006, voltou ao carro de som da escola,
onde ficou até 2009.
Com a posse de Chiquinho da Mangueira, retornou à verde-e-rosa
no Carnaval 2014. Eraldo Caê também é
presença constante nas
eliminatórias da Unidos do Porto da Pedra.
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Início:
Desde muito jovem freqüentava a quadra da Estação
Primeira de Mangueira.
Primeiro ano como intérprete: União de Vaz Lobo, em 1986.
1984 a 2000 - Mangueira (apoio de Jamelão)
1986 - Vaz Lobo (cantor principal)
1997 - Vai-Vai (SP) - apoio de Thobias
2006 a 2009 - Mangueira (apoio de Jamelão e Luizito)
Desde 2014 - Mangueira (cantor principal ao lado de Luizito e Ciganerey)
GRITO
DE GUERRA:
Alô, nação mangueirense. Canta bonito, Mangueeeeira!
CACOS
CARACTERÍSTICOS: "que maravilha", "alô,
nação mangueirense"; "tá bonito"; "vem que eu
vou"; "olha o suíngue"; "vamos lá, meu Departamento
Feminino"; "beleza, beleza, beleza"; "alô, bateria"; "vamos
lá minhas baianas"; "ih, mas eu disse Mangueira".
SAMBAS
DE SUA AUTORIA: "Dessa fruta eu como até o caroço"
(Mangueira/93, com Bira do Ponto, Carlos Sena, Dirceu, Gusttavo, Preto
e Verinha). |