EDITORIAL SAMBARIO

Edição nº 5
Fim do CD duplo do Acesso? - O
assunto que mais está repercutindo nos últimos dias no mundo do
samba é a possibilidade da produção do CD do Grupo de Acesso
do Rio de Janeiro ficar a cargo de Rômulo Costa, o dono do
Furacão 2000, que empresaria os nomes do funk carioca. Claro que
o auê foi formado pela possibilidade do tapete de Leonardo Bessa
(E) - intérprete da São Clemente e atual produtor do álbum
duplo dos Grupos A e B - ser puxado. A iniciativa de também
juntar os sambas do Terceiro Grupo, bem como a ótima qualidade
da gravação dos sambas, vem tornando a atuação de Bessa quase
uma unanimidade entre os foliões. Porém (ai, porém...), as
agremiações reclamam que elas têm de bancar o registro
fonográfico financiando cantores, músicos e estúdio, sem obter
praticamente nenhum lucro. Em média, as escolas gastam R$ 5 mil
e cada uma tem direito a ficar com 800 CD's para
comercializá-los nas próprias quadras. Segundo Ivo Meirelles,
elas não conseguem vender todas as suas cópias e os presidentes
chegam a ficar com centenas de CD's empilhados em suas
residências, tornando iminente o prejuízo. Resumindo: a
fórmula atual beneficia os bambas, mas prejudica as escolas.
Enquanto Leonardo Bessa se defende, alegando que nunca o royalty
do artista ultrapassa os 5% do valor total da vendagem do
produto, o "funkeiro" Rômulo Costa teria sido
contatado por Paulo de Almeida, o polêmico presidente da
Caprichosos (que vetou a transmissão da passagem de sua escola
no último carnaval), para elaborar uma nova forma de produção
do álbum. O dono da Furacão 2000 se interessou pela empreitada,
motivado pela reedição do clássico samba-enredo "É
Hoje" por parte da União da Ilha - e fascinado pela
possibilidade de sua divulgação maciça nas rádios. Há quem
diga que se Rômulo conseguir o direito de produzir o CD, ele
será colocado à venda um mês antes do álbum do Grupo Especial
(algo um tanto utópico, pois apressaria as finais de
sambas-enredo e o tempo de produção das faixas seria
meteórico). Se por um lado, com Rômulo, há a desvantagem do
Grupo B ficar de fora do projeto, acabando assim com o álbum
duplo que estávamos acostumados, por outro pode ocorrer a
vantagem de uma melhor distribuição do CD, não ficando
restrito apenas às quadras das escolas do Rio. Sempre defendi
nos fóruns de carnaval a comercialização dos CD's do Acesso
carioca pelo menos nas quadras das escolas das principais
capitais, como Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, etc.
Porque não imaginam a epopéia que nós, que moramos fora do Rio
(resido em Porto Alegre), temos que enfrentar para adquirir este
CD, sendo obrigado a pagar uma nota pelo frete, que é quase o
dobro do preço do disco. Particularmente, prefiro mil vezes que
Leonardo Bessa continue abraçando este projeto, que tanta
visibilidade está dando às agremiações (sobretudo as do
Acesso B) em função da excelente qualidade de seu trabalho,
além dele ser um profundo conhecedor do carnaval carioca
(recordando que outro funkeiro renomado, DJ Marlboro, produziu o
álbum do Acesso de 1996 - disquinho chato, por sinal!), da
praticidade do álbum duplo com os sambas dos Grupos A e B e
ainda por cima com o baixíssimo preço (R$ 15). Aquele típico
caso: em time que está ganhando não se mexe... Na próxima
semana, o destino do CD do Acesso será definido. Para Bessa ou
para Rômulo, a quem estiver incumbido da produção do disco em
2008, não deixem de acatar a minha sugestão da distribuição
nas quadras das outras capitais! Espero continuar torrando a
paciência exatamente de Bessa para que amplie a distribuição
do álbum...
Grupo B -
Sexta-feira ou terça? - Como já é tradição nesses
tempos pré-carnaval, mais uma vez é colocada a hipótese das
escolas do Terceiro
Grupo entrarem na avenida na sexta-feira
de carnaval, ao invés da terça, como é atualmente (à direita,
uma alegoria da vice-campeã do Grupo B Inocentes de Belford Roxo
em 2007). Mais uma vez vou dar opinião: tem que mudar pra
sexta-feira! Primeiro: seria a abertura ideal para se prosseguir
com uma perfeita seqüência na Marquês de Sapucaí nas noites
seguintes (sexta - Grupo B; sábado - Grupo A; domingo e segunda
- Grupo Especial). Segundo: como uma boa prévia do que viria no
Grupo Especial, motivaria a transmissão por alguma emissora de
TV. Terceiro: o desfile seria acompanhado por um maior
contingente de turistas, pois na terça-feira, dia atual em que
as escolas do B desfilam, boa parte deles já deixaram o Rio. E
quarto: uma possível transferência do desfile das escolas
mirins para terça seria perfeita para fechar com chave de ouro o
carnaval, sendo um indicativo para que as crianças, que
garantirão o futuro do espetáculo, encerrassem a festa. Este
esquema, ideal na minha concepção, seria ainda melhor se
tivesse o apoio da Rede Globo, que poderia exibir, pelo menos
para o Rio de Janeiro, o Grupo B na sexta e o A no sábado,
deixando o carnaval de São Paulo para as afiliadas que quisessem
transmiti-lo. Certamente, a audiência dos desfiles do Acesso
carioca dariam mais audiência no Rio do que o carnaval paulista.
Aproveitando o embalo: Jorge Perlingeiro, pare com seus
falatórios supérfluos e entrevistas intermináveis durante a
transmissão do Grupo A. Há quem diga que a TV Record entrará
no embalo em 2008, driblando sua doutrina evangélica a fim de
exibir tal "festa profana" com 10 agremiações lutando
por uma vaga no Especial...
Mangueira definitiva - O
novo presente do site SAMBARIO para o internauta bamba é a
íntegra do CD "Mangueira Definitiva - 75 Anos". Este
disco era para ser a abertura de um projeto que lançaria todos
os sambas-enredo cantados pela Estação Primeira desde o
primeiro desfile em 1932, porém ele se resumiu a esse álbum com
14 sambas escolhidos pelo presidente mangueirense Álvaro
Caetano. O saudoso Jurandir (falecido em abril deste ano) e a
Velha Guarda da Mangueira se encarregaram da gravação do CD em
2003. Entre os hinos presentes estão clássicos como
"Primavera" (1955), "Rio Antigo" (1961) e
"O Mundo Encantado de Monteiro Lobato" (1967),
mesclados com obras mais recentes como "Atrás da
Verde-e-Rosa só não vai quem já Morreu" (1994), "Dom
Obá" (2000) e "Brazil com Z é pra Cabra da
Peste" (2002). Há ainda raridades como "Histórias de
um Preto Velho" (1964) e "Samba, Festa de um Povo"
(1968). Por isso, é um presente que garanto que não serão
apenas os mangueirenses que desfrutarão. Podem baixar clicando aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte). Agradecimentos ao
intrépido Gabriel Carin por mais esta adição ao acervo
SAMBARIO. Ainda na seção Downloads, em função das muitas reclamações
que recebo por determinados sambas estarem fora do ar, decidi
retirar temporiariamente os links individuais de sambas,
deixando, por enquanto, apenas os com álbuns completos. Será o
tempo necessário para que eu conserte todos os links para eu
colocá-los no ar novamente. Não se preocupem que logo vocês
terão todos os links ativos (além de mais adicionados). As
seções Sambas 2006 e Sambas 2007 também saem do ar para
reestruturação.
As campeãs do carnaval virtual
- Meus parabéns às agremiações virtuais Dragões do Império,
campeã da Virtuafolia (D); Imperatriz Paulista, vencedora do
Grupo Especial da LIESV; e à Colibris, que volta à elite da
Liga Independente das Escolas Virtuais após vencer o Acesso
(juntamente com a Acadêmicos da Vila dos Cabanos, que com o vice
do Acesso também desfilará entre as grandes na LIESV, agora com
o nome de Cruzeiro do Sul). Agradeço ao colunista do SAMBARIO e
vice-presidente da LIESV, João Marcos, pela oportunidade de
julgar as escolas no quesito samba-enredo. Mas dispensarei a
empreitada em 2008 para concorrer com sambas-enredo nas ligas. Em
2008, tem mais farra virtual! Tanto na Jorge Trinta quanto na
Sérgio Porteleandro (há boatos de que, a partir do ano que vem,
a Passarela da Virtuafolia se chamará Thaeme Marioto em
homenagem a vencedora da segunda edição do Ídolos, tão
reverenciada pelo irreverente Porteleandro...).
Explode
coração na maior felicidade - Fiz todo o Salão de
Eventos da PUCRS cantarolar o famoso refrão de "Peguei um
Ita no Norte", samba salgueirense de 1993. No último dia 10
de agosto, para a minha felicidade, de toda a minha família e
(para azar, hehe) do mundo carnavalesco, ocorreu a minha
formatura em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. A minha música de entrada, como não poderia
deixar de ser, foi um samba-enredo. E com toda a explosão do
refrão "explode coração na maior felicidade", cuja
letra também sintetiza o momento pelo qual passei, que recebi o
grau de bacharel em Jornalismo. É isso aí! Melquisedeque Marins
Marques, o nosso Quinho, marcando presença também em
instituições acadêmicas (fora a Academia salgueirense, é
claro!). Agora, é batalhar por uma vaga no concorrido mercado de
trabalho. E enquanto permaneço desempregado, sobra-me tempo para
aperfeiçoar ainda mais o site dos sambas-enredo. Portanto,
torçam para que meu desemprego se prolongue, hehe.