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Botando a Mão no Fogo 2012 - Parte 1 - Chegou
um dos momentos mais aguardados da fase pré-carnavalesca: as escolhas dos
sambas-enredo. E assim como nos anos anteriores, lá vou eu por a mão no fogo
mais uma vez e avaliar os finalistas das escolas. Como sempre, tentando cravar o vencedor,
que nem sempre é meu favorito particular das disputas, unindo nos palpites
razão e emoção ao mesmo tempo. Mas neste ano, faremos algo um tanto diferente. Além
das avaliações no Especial, também iremos centralizar atenções no Acesso. E pra
isso, faremos uma série de três partes nos palpites. Nesta
primeira, apresentamos as escolas que definirão os sambas até esta segunda-feira, no
caso o Salgueiro. Constam também as avaliações de Império Serrano e Paraíso do
Tuiuti, que escolherão dentro de algumas horas, e Mangueira e Renascer de
Jacarepaguá, que darão o veredicto na madrugada de sábado pra domingo. Na
segunda parte, avaliaremos as escolas que definirão na semana que vem: Portela,
Porto da Pedra, São Clemente, Unidos da Tijuca, Vila Isabel, Grande Rio, União
da Ilha, Mocidade e Cubango. E na terceira e última, será a vez das agremiações
da semana seguinte: Imperatriz, Beija-Flor, Santa Cruz, Viradouro, Império da
Tijuca, Inocentes de Belford Roxo e Estácio de Sá. A primeira escola que definiu seu hino foi a Acadêmicos da Rocinha. E fez uma escolha competente, com uma obra de muitos bons momentos melódicos. A primeira parte chega a lembrar o bom samba de 2006 da Borboleta. Superou as expectativas. MANGUEIRA
– A obra 65-A defendida por Tinga creio que se encaixe melhor no estilo dos
dois últimos ótimos sambas levados pela Mangueira na gestão de Ivo Meirelles. As
duas estrofes têm uma levada dolente, com muitos momentos inspirados
melodicamente (sobretudo na segunda parte), mas sem economizar animação e
interação com o público através dos cacos. Eu particularmente gosto mais dos
refrões do samba 107-E cantado por Igor Sorriso, que foi o primeiro concorrente
do ano entre todas as escolas divulgado na Internet. Os estribilhos são o ponto
forte da obra, com o principal “Vou caciquear” tendo a virtude de grudar
facilmente no ouvido, e também aprecio o estilo do estribilho central “Vai lá,
vai lá, mais um pouco já vai clarear”. O 64-A na voz de Pixulé, dos três
finalistas, é o que menos investe em aspas referentes às canções do Fundo de Quintal
na letra. O samba é bem valente, mas a meu ver é o azarão da disputa. RENASCER
DE JACAREPAGUÁ – Disputa acirrada, com três das quatro parcerias finalistas possuindo
triunfos recentes na escola, que este ano faz sua estreia no Grupo Especial. Para
se ter uma ideia, duas das finalistas têm como primeiro verso “Divina
inspiração”. Os atuais campeões Jayme César, Maurinho Valle e parceiros
apresentam uma obra semelhante às últimas que a escola de Jacarepaguá levou no
Acesso, feito sob medida para o intérprete Rogerinho Renascer, com muitos
trechos em menor (incluindo o refrão principal). É o samba que mais me agrada
na disputa, mas por ser pesado, pode não ser recomendado para uma
agremiação que será a primeira a desfilar no domingo. Os sambas das parcerias
de Cláudio Russo e de Gabriel da Penha, devido ao propósito referido, são mais
leves e não apresentam muitas inovações melódicas. Mas vejo um pouco mais de
virtude na obra de Russo. O concorrente da parceria de Beto Serpa,
aparentemente o menos cotado, tem uma letra mais descritiva sobre Romero Brito,
tendo no gingado refrão principal sua melhor parte. O canto das torcidas deverá
decidir. SALGUEIRO
– A safra para 2012 ficou devendo, confesso que esperava mais em virtude do
belo enredo. O conjunto melódico da parceria de Marcelo Motta é interessante. É
um samba-enredo denso e coeso, e sua valentia para cantar o cordel nordestino
pode contar pontos importantes. Já Xande de Pilares e parceiros também
despontam com uma obra forte, a que mais se enquadra na voz de Quinho, embora
eu o considere um pouco arrastada em alguns trechos. O samba do veteraníssimo
David Corrêa e parceiros
em alguns momentos nos remete a obras mais antigas.
Não citar o nome da escola no refrão principal já
causa um certo estranhamento (apesar disso ocorrer no samba de 2011).
Os refrões e
a segunda parte, no trecho que faz menção ao lema
salgueirense, me agradam
bastante. Mesmo assim, por ser um tanto diferente dos padrões
atuais, creio que
sua vitória seja improvável. O concorrente da atual
parceria campeã, de Dudu
Botelho, não possui a mesma força da belíssima obra de IMPÉRIO
SERRANO – A cada ano, eu não só parabenizo a Ala de Compositores imperiana como
também a agradeço. Um dos concorrentes mais aclamados da temporada é da parceria de
Arlindo Cruz. Suave e simples, com uma leveza impressionante, passa uma emoção
ímpar do primeiro ao último verso, para enfim explodir no apoteótico e
nostálgico refrão “Dona Ivone Lara Lalaiá Lara laiá”, nos remetendo às antigas
obras-primas do Império Serrano. Seu triunfo na madrugada desta sexta para
sábado seria uma celebração ao nosso carnaval. A obra de Aluízio Machado,
Henrique Hoffmann e parceiros, atuais campeões da Serrinha, igualmente é de
excelente qualidade e também poderia representar muito bem o Império. Destaque
para o refrão central fora-de-série. A parceria encabeçada pelo jovem Lucas
Donato, de apenas 15 anos, é naturalmente a zebra da finalíssima. O samba é inferior
aos dois concorrentes, mas é evidente que uma final para esta garotada contra
monstros sagrados do samba-enredo como Arlindo Cruz e Aluízio Machado será uma
marca inesquecível para o futuro destes jovens compositores. PARAÍSO
DO TUIUTI – Outra disputa equilibrada que reúne três parcerias que já ganharam
na escola em anos anteriores. Mas justamente a única com compositores sem
vitória no Tuiuti desponta com o samba mais forte. Poético, valente e com boas
variações melódicas, a obra de Thiago Meiners e parceiros julgo como a melhor que representaria Clara Nunes no retorno da escola ao Grupo A. O hino da
parceria de Luís Caxias também seria uma qualificada opção, com destaque para a
excelente melodia do refrão principal, que além de bela também é chiclete. A parceria de Aníbal disputa com um
samba competente, que caberia como uma luva na voz de Daniel Silva, mas que não
traz tantas inovações melódicas. Ainda é um tanto estranha a transição da
primeira pro refrão central, mas já surte algum efeito diferenciado. Eric Souza
e parceiros apostam numa obra que não investe tanto na força do refrão
principal, mas que tem bons momentos como o estribilho central. Até
o próximo Editorial Sambario com as análises seguintes, a ser publicado na
próxima sexta-feira. Marco Maciel
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