Uma voz aguda e bem marcante é a principal
característica deste intérprete. Carlinhos da Paz é
conhecido pelos que acompanharam o Império Serrano e
estavam com a escola da Serrinha mesmo nos difíceis anos
do Grupo de Acesso.
Carlinhos
chegou ao Império por acaso. Em 1988, foi cantar o samba
de um bloco afilhado na quadra da verde e branco e
Madureira. A diretoria viu, ouviu e gostou, e o chamou
para cantar na escola. Entretanto, o puxador só foi para
a Marquês de Sapucaí em 1994, depois de ter um samba de
sua autoria defendido por ele na quadra. A final do samba
nesse ano, que tinha o enredo “Uma festa
brasileira”, foi histórica e, na avaliação de
Carlinhos, “uma loucura”. “O samba
acabou de ser cantado às 9 e meia da manhã, e eu só
consegui sair da quadra às 2 da tarde... Eu estava
vestido de seda branca e cheguei lá fora preto!”,
diverte-se.
Nos anos seguintes, sempre na
Serrinha, ficou no apoio de puxadores como Roger da
Fazenda e Jorginho do Império. Em 98, teve sua grande
chance: foi convidado para assumir o microfone principal
do Império, que tinha sido rebaixado para o Grupo A. Com
o enredo “Sou o ouro negro da Mãe África”,
Carlinhos da Paz cantou o samba campeão, levando a
escola de volta ao Grupo Especial.
Mas em 99, uma surpresa: Carlinhos é
tirado do posto de nº 1 pela nova diretoria, que
promoveu o retorno de Jorginho do Império. O resultado
foi um novo rebaixamento. Foram oito puxadores para a
Sapucaí, entre eles Carlinhos, que insistia que o tom do
samba estava errado. “Quando o cavaco e o violão de
sete cordas entraram, eu vi que o tom estava para trás,
e eu disse para a gente não entrar. Os sete puxadores
começaram a cantar... Eu larguei o microfone e desfilei
ao lado do carro de som”.
Em
2000, novamente o Império estava no Grupo A. E novamente
Carlinhos da Paz era o puxador principal. Resultado: Império
campeão, com “Os canhões de Guararapes”. Em
2001, o intérprete conduziu “O rio corre pro mar”,
belíssimo samba que conquistou o Estandarte de Ouro naquele ano.
O último ano de Carlinhos da Paz como intérprete
principal na Império Serrano foi em 2002. Desde então,
Carlinhos da Paz se dedica a gravar e a defender sambas nas disputas e
cantar sambas em outras cidades durante o carnaval. Em 2011, voltou no Império como apoio do próprio
filho Vitor Cunha no carro de som.
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Início: 1994, na quadra da Império
Serrano. Sempre foi imperiano.
Primeiro
ano como intérprete oficial: 1998
1994 a 1997: apoio de Roger da Fazenda
e Jorginho do Império
1998: cantor principal
1999: apoio de Jorginho do Império
2000 a 2002: cantor principal
2011: apoio de Vitor Cunha
2007 - Império do Progresso (carnaval virtual)
GRITO DE GUERRA: “Alô, meu Império
Serrano... Nossa Senhora!!”
CACOS CARACTERÍSTICOS: “sabe tudo!”;
“que lindo, meu Império Serrano”;
“que é que tem?”; “vem comigo”;
“tá lindo demais”; “vamos lá”;
“alô, minha harmonia”; “fala
meu ritmo”; “alô, minhas baianas”.
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