BIRA HAWAY
BIRA HAWAY
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Nome completo: Ubirajara de Souza
Ano de nascimento: 1952
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Bira
Haway é um veterano produtor musical, que assinou trabalhos
fonográficos de muito sucesso. O profissional produziu
álbuns de grupos de samba consagrados no estilo pagode –
principalmente os surgidos nos anos 90 – como Molejo,
Exaltasamba, Soweto, Samprazer, Grupo Revelação, entre
outros. No entanto, Bira também teve sua fase de cantor e
compositor, e já conduziu samba-enredo na Marquês de
Sapucaí.
Nascido no Morro das Laranjeiras, seu pai era compositor do
então bloco Canários das Laranjeiras e sua mãe era
porta-bandeira. Bira começou a tocar na noite aos 13 anos, como
ritmista, manjando vários instrumentos de percussão, como
surdo, repique, tantã e pandeiro. Ainda muito jovem, foi para
São Paulo tocar na noite paulistana. Na Boate Cartola, no
início dos anos 70, acompanhou nomes como Elis Regina,
Luís Carlos Vinhas, Jair Rodrigues, Wando, Os Originais do Samba
e Trio Mocotó. Em 1975, participou do espetáculo musical
“Brazilian Follies”, dirigido por Caribé Rocha, que ficou um ano e meio em cartaz, no Hotel Nacional, no Rio.
Já profissionalizado, como músico de estúdio, Bira
gravou com artistas internacionais do porte de Dionne Warwick, Lisa Ono
e Al Jarreau. Também integrou um grupo de samba chamado
Sambrasil, que tinha na formação Mauro Diniz, Claumir
Jorge (pai do Claumirzinho do Molejo) e Carlinhos Werneck. O grupo
gravou o LP “Meu Samba”, lançado em 1981. No
repertório do disco, músicas de autoria de Acyr Marques,
Arlindo Cruz, Aluísio Machado, Beto s/ Braço, Edil
Pacheco, Jorge Aragão, Monarco, Almir Guinéto e Luiz
Carlos da Vila.
Na década de 70 Bira era constantemente chamado para
gravações de discos em um estúdio que era
considerado dos melhores do Rio de Janeiro devido à modernidade
dos equipamentos de som. O estúdio, de nome Haway, ficava em um
prédio de três andares na Rua Costa Ferreira,
número 102, no Centro do Rio, bem atrás da Central do
Brasil. Por lá gravaram nomes fundamentais da MPB, como Cartola
(gravou seu primeiro disco naquele estúdio, em 1974, já
com 66 anos), Jamelão, Elza Soares, Fagner, Alcione, Fafá
de Belém, Novos Baianos e Belchior, além dos discos das
Escola de Samba e de boa parte dos sambistas dos anos 1980.
As gravações no Estúdio Haway rolavam até
de madrugada. Muitos músicos ficavam por lá mesmo. Caso
de Bira, que tocava surdo nas gravações e que de tanto
ficar no prédio acabou recebendo o apelido de Bira Haway.
“O estúdio funcionava 24 horas por dia, virávamos
algumas noites lá. Cheguei a passar uma semana no
estúdio, sem voltar para casa. Aprendi muito ali”, afirmou
Bira.
Por essa época Bira Haway começou a perceber que curtia
mais a arte da produção musical do que propriamente ser
um artista. Fez sua primeira produção em 1983, com Silas de Andrade (ver ficha). O disco era um compacto duplo, chamado “Brasileirinho no Samba”, pela gravadora Continental.
Paralelo às gravações como músico e
produtor, Bira integrava a ala de compositores da então escola
de samba Unidos de São Carlos. Em 1984, a escola mudou o nome
para Estácio de Sá e o ritmista passou a ser apoio de
Dominguinhos no carro de som da Estácio. Com a ida de
Dominguinhos para a Imperatriz, Bira Haway assumiu o microfone
principal da vermelho e branco de São Carlos para o carnaval de
1989, defendendo na Sapucaí o samba-enredo “Um, dois,
feijão com arroz”, de autoria de Djalma das Mercês,
Déo, Gustavo, Bajão, Marinho e Pereira.
Logo após o carnaval de 1989, Bira passou a dedicar o seu
trabalho como produtor musical com mais intensidade. Produziu uma demo
para o grupo do liderado pelo seu filho, Anderson Leonardo, que na
época se chamava Nossa Banda. Bira resolveu trocar o nome do
grupo para Molejo, que era uma banda que ele integrava e que tocava nas
rodas de samba acompanhando nomes como Zeca Pagodinho, Almir Guineto,
Jovelina Pérola Negra e Elaine Machado. No início dos
anos 90 Bira Haway sai da banda de músicos que acompanhava Zeca
e passa a produzir o Molejo, na época formado por Anderson
Leonardo (cavaquinho, voz e vocal), Andrezinho (surdo, voz e vocal),
William Araújo (violão, voz e vocal), Claumirzinho
(pandeiro e vocal), Lúcio Nascimento (percussão e vocal)
e Vadinho (percussão e vocal).
A partir daí o trabalho de Bira Haway se expande como produtor
musical, atuando com os principais artistas do samba. Bira
também participou da gravação de vários
discos de escolas de samba do Grupo Especial e da Série A como
músico de base.
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INÍCIO: Unidos de São Carlos, no final da década de 70.
1984 a 1988 – Estácio de Sá (apoio de Dominguinhos do Estácio)
1989 – Estácio de Sá (intérprete principal)
GRITO DE GUERRA: Alô galera! Se liga no prato de dia! (usou apenas na única vez em que puxou a Estácio de Sá em 1989).
CACOS DE EMPOLGAÇÃO: “O
que que tem”; “alô bateria”; “tá
bonito!”; “alô malandragem”; “alô
minhas baianas”.
DISCOGRAFIA:
- LP “Meu samba”, com o Grupo Sambrasil (1981)
- LP Sambas Enredo das Escolas de Samba do Grupo Especial Carnaval de 1989 (faixa Estácio de Sá).
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MAIS
FOTOS DE BIRA HAWAY
Bira Haway, com o bordão do filho Anderson Leonardo na camiseta
O
nome de Bira Haway é ligado à produção dos
grupos ligados ao estilo conhecido como pagode, nos anos 90
Capa do LP "Meu Samba", do grupo Sambrasil (1981), liderado por Mauro Diniz (de barba) e Bira (à direita da foto)
Soltando o gogó com a Estácio de Sá na Sapucaí em 1986
Bira
(à esq. da foto) foi apoio de Dominguinhos durante sete anos na
Estácio. Acima, arrancada da escola, com o enredo "O tititi do
Sapoti" (1987)
Mandando ver no carro de som da Estácio em 1988
Na
concentração do Sambódromo da Sapucaí
(1989), sendo entrevistado pela repórter Sônia Pompeu, da
TV Manchete, junto com o presidente Acyr Pereira Alves (ao centro)
Bira Haway, no único carnaval em que esteve no microfone principal da Estácio de Sá, em 1989
O "mestre dos magos" dos estúdios, que cheguou a passar uma semana direto gravando, sem voltar para casa
Com o compositor e amigo Zé Katimba (de chapéu)
Em estúdio, gravando com o filho Anderson Leonardo (à esq.)
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