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ABÍLIO MARTINS

ABÍLIO MARTINS

      

       

     

      Ano de nascimento: 1938

 

 

      Ano de falecimento: 1993

                                                       

   
Uma das vozes mais marcantes do carnaval do Rio de Janeiro em todos os tempos. Abílio Martins - assim como Jamelão e Roberto Ribeiro -, é sempre uma referência em se tratando de interpretação de samba enredo. Voz grave (em alguns momentos quase gutural), bem timbrada e com uma notável marcação rítmica, Abílio sempre foi identificado com as chamadas escolas menores, mas nem por isso as tratava como tal. É ídolo de vários interpretes consagrados - Neguinho da Beija Flor é fã declarado de Abílio Martins.

Apesar de ser um verdadeiro cigano no carnaval, a origem carnavalesca do cantor natural de Madureira é o Império Serrano desde sua fundação em 1947, devido a sua aproximação com os compositores da Serrinha. Era sobrinho de Mano Décio da Viola. Na infância, desfilava na Ala dos Periquitos, assim como sua mãe, dona Irene, integrante da Ala das Baianas. Depois de uma passagem pela Ala dos Jogados Fora, tornou-se solista imperiano. É autor do samba-enredo "Exaltação ao Brasil holandês", parceria com Chocolate do Salgueiro e Mano Décio, para o carnaval de 1959. Também foi um dos intérpretes do Império Serrano naquele ano, iniciando naquele 1959 sua trajetória como puxador de samba-enredo.

Contratado pela gravadora Copacabana, estreou como cantor em gravações comerciais no ano de 1961 interpretando a batucada "Adeus amor" (Don Carlos e Sebastião Molequinho) e o samba "Izabel" (Alfredo e Alfredinho). No ano seguinte, gravou os sambas "Esperança" (Mano Décio, Paulo Silva Filho e Ari Cruz) e "Passarela da Avenida" (Avarese e Alfredo Gomes). Em 1963, gravou os sambas "Uma lágrima" (Benedito Reis e Jair Amorim), "Tudo acabado" (Mano Décio, Geraldo Barbosa e Lourival Perez), entre outros. Sua primeira composição gravada foi a marcha "Laranja da Bahia", parceria com J. Maia. Ainda nos anos 60, participou do espetáculo "Água na Boca" na Boate Arpege, em parceria com o Bloco Cacique de Ramos, dirigido por Titto Santos. No ano do quarto-centenário do Rio em 1965, teve uma passagem pela Portela.

Voltou a cantar sambas na avenida foi em 1968, cantando o clássico "Sublime Pergaminho" da Unidos de Lucas, samba em que também gravou no disco. Em 1972, sua interpretação para o samba-enredo "Rio, Carnaval dos Carnavais" foi incluída no LP "Os Maiores Sambas Enredo de todos os tempos Vol. II" que teve direção de produção de Roberto Menescal, disco lançado pela gravadora Philips/Phonogram. A partir daí, começa a sua ciranda como cantor de samba enredo por várias escolas.

Em 1974, grava o samba "Dona Santa, Rainha do Maracatu" (Carlinhos, Malaquias e Wilson Diabo da Cuíca), para o Império Serrano. No mesmo ano, pôs voz no samba do então bloco carnavalesco Canários das Laranjeiras. Em 1976, gravou o samba-enredo "Folia de Reis" (Agnelo Campos e Efe Alves), da Lins Imperial, incluído no LP das escolas de samba daquele ano. Em 1977, vai para a Imperatriz Leopoldinense.

Após um período se dedicando a gravações de coletâneas de samba, chega o ano de 1981, que pode ser considerado como "o" ano de Abílio Martins em termos de registros fonográficos. No Grupo 1-A, o cantor gravou "Na terra do Pau-brasil, nem tudo Caminha viu", pelo Império Serrano. No Grupo 1-B, cantou "Dos balões aos aviões", do Império do Marangá. E, numa iniciativa rara e ousada para a época, a gravadora Polydor lança os discos dos sambas dos Grupos 2-A e 2-B e Abílio Martins pôs a voz nos sambas de quatro escolas: Grande Rio, Em Cima da Hora, Engenho da Rainha (2-A) e Unidos de Padre Miguel (2-B).

A boa fase prosseguiu no ano seguinte. A Unidos de São Carlos o convidou para puxar o samba "Onde há rede, há renda" (Djalma e Caruso) no retorno da escola ao grupo 1-A. No Grupo 1-B, também em 1982, defendeu o maravilhoso e premiado samba "Lua viajante" para a Unidos de Lucas. No LP oficial, protagonizou um dueto inesquecível com o sanfoneiro Luiz Gonzaga, homenageado naquele ano pelo Galo de Ouro da Leopoldina. A partir daí, Abílio foi se afastando do samba enredo. O retorno triunfal, e ao mesmo tempo, seu último registro fonográfico no gênero foi a gravação de "Tradições de uma raça", do Arranco do Engenho de Dentro, pelo Grupo 1-B, em 1987.

Abílio Martins faleceu em 24 de novembro de 1993, no Rio de Janeiro.

 
Escola de origem: Império Serrano nos anos 40. Foi intérprete de escola de samba desde o final da década de 50 até o ano de 1987.
1959 a 1963 - Império Serrano
1964 e 1965 - Portela

1968 - Unidos de Lucas
1969 a 1971 - Vila Isabel
1972 - Império Serrano (com Marlene)
1974 - Império Serrano e Canários das Laranjeiras (na época, bloco carnavalesco)
1976 - Lins Imperial
1977 - Imperatriz Leopoldinense (apenas gravou no disco, sem desfilar)
1978 e 1979 - Portela (apoio de Silvinho e David Corrêa)
1981 - Império Serrano (junto com Roberto Ribeiro, no Grupo 1-A) e Império do Marangá (Grupo 1-B)
1981 - Grande Rio, Em Cima da Hora e Engenho da Rainha (no disco do Grupo 2-A) e Unidos de Padre Miguel (disco do Grupo 2-B)
1982 - Unidos de São Carlos (Grupo 1-A) e Unidos de Lucas (Grupo 1-B)
1987 - Arranco do Engenho de Dentro

GRITO DE GUERRA: Abílio Martins é da época em que o grito de guerra não era comum entre os puxadores de samba. Mas em algumas gravações aparecia "Olha (diz o nome da escola) aí, povão".

CACOS DE EMPOLGAÇÃO: "alô minhas pastoras", "que beleza" "vaaai", "diz de novo", "beleza pura"; "arrepia".

SAMBA DE SUA AUTORIA: "Exaltação ao Brasil holandês" (Império Serrano/1959, com Chocolate e Mano Décio da Viola).

ALGUMAS PARTICIPAÇÕES EM DISCOS

- LP "Samba do Morro e do Asfalto - Escola de Samba Império Serrano" (Copacabana, 1961)
- LP "Samba, Oração do Morro - Com a Escola de Samba Império Serrano" (Copacabana, 1963)
- LP "Grandes Sucessos da E. S. Portela" (Copacabana, 1963)
- LP "O Cacique de Ramos com Abílio Martins" (Walplast, 1967)
- LP "Voltei" (Tropicana, 1968)
- LP "Isto é Samba Autêntico" (Musidisc, 1969)
- LPs - coletâneas de sambas lançadas pela gravadora Discos CID, no final da década de 70 até meados da década de 80.
- LP "Os Sambas-Enredo para 1972" (Polydor/1972)
- LP "Os Maiores Sambas Enredo de todos os tempos Vol. II" (Philips/Phonogram, 1972)
- Série de LP's "História das Escolas de Samba" (Som Livre, 1976)
- LP "História do Brasil Através dos Sambas de Enredo - O Negro no Brasil" (Som Livre, 1976)
- LP "O Ciclo Vargas - Uma visão através da música popular" (Som Livre, 1979. Abílio Martins cantou na faixa "Sessenta e um anos de República" (Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola), samba enredo do Império Serrano para o carnaval de 1951.

MÚSICAS DE SUA AUTORIA:

- "Chorei por Você" (com Jorge Canseira e Mano Décio da Viola), gravado por Abílio (LP "Samba, Oração do Morro, 1963)
- "Noite Linda" (com Davi do Pandeiro e Mano Décio da Viola) gravado por Abílio (LP "Samba, Oração do Morro, 1963)
- "Lágrimas e Sangue" (com Osório Lima e Mano Décio da Viola) gravado por Abílio (LP "Samba, Oração do Morro, 1963)
- "Quando o Dia Amanhece" (com Mano Décio da Viola e Dom Carlos) gravado por Abílio (LP "Samba, Oração do Morro, 1963)
- "É uma verdade" (com José Paulo e Mano Décio da Viola), gravado por Mano Décio da Viola (CBS, 1979)
- "Amar como eu amei" (com Mano Décio da Viola), gravado por Dona Ivone Lara (LP "Sorriso de criança", da EMI/Odeon, 1979)
- "Exaltação ao Brasil holandês" (com Chocolate do Salgueiro e Mano Décio), gravado por Mano Décio (LP "O legendário Mano Décio da Viola", da Polydor, 1976).

OUTRA FOTO DE ABÍLIO MARTINS

Ao lado de Marlene, no desfile do Império Serrano de 1972 (foto enviada por Juca Tatu)


Ao lado de Marlene, no desfile do Império Serrano de 1972 (foto enviada por Juca Tatu)

Ao lado de Marlene, no desfile do Império Serrano de 1972 (foto enviada por Juca Tatu)

Sendo encoberto pela mão de Marlene, no desfile do Império Serrano de 1972 (foto da Revista Manchete, enviada por Túlio Rabelo)

Da esquerda pra direita, Monarco, Noel Rosa de Oliveira, Abílio Martins e Nelson Sargento (foto enviada por Túlio Rabelo)

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