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Bateria O coração da
escola. Assim pode ser definida a bateria de uma escola de samba.
Lá, o samba pulsa, na batida do surdo. É dali que a animação
flui, transbordando pela Sapucaí, ditando o ritmo da
agremiação no desfile. Quando o puxador da escola começa a
cantar o samba, público e componentes já se agitam. Mas é
somente quando o repique soa e a bateria entra que a festa é
total: é carnaval! Ao seu vibrante som, acompanhado pelo
samba-enredo cantado, a escola passa e encanta na avenida. Aqui você irá
conhecer mais detalhes sobre os instrumentos que compõem a
bateria de uma escola de samba. Surdo de primeira - É o maior surdo e o que dá o andamento principal ao samba, servindo como base. Os puxadores se guiam por ele para não acelerar ou desacelerar o canto do samba. Em geral, há um surdo de primeira junto aos puxadores, como guia. Tem uma afinação mais forte e mais aguda do que a dos surdos de resposta. Surdo de segunda - É a resposta ao surdo de primeira. Serve como sustentação para o samba no momento em que o surdo de primeira está 'parado', sendo um contraponto. Surdo de terceira - Aparece entre os outros dois (um pouco antes do surdo de segunda). Serve para dar um molho especial à cadência, quebrando a dureza dos outros surdos e dando um balanço à marcação. A batida varia de escola para escola, pois cada uma utiliza um tempo de corte. A bateria da Mangueira é famosa por não apresentar os surdos de resposta (segunda e terceira). Tem apenas a primeira e um surdo de corte, também chamado surdo mor, que não é de resposta, mas que suinga a primeira. Ela é a única escola que faz sua marcação desta forma; as demais utilizam as marcações comuns com primeira, segunda e terceira. Caixa de guerra - É o que dá o som característico ao samba. Só com o som da caixa já se pode identificar uma escola de samba. É sempre tocado com duas baquetas, e tem duas cordas sobre o 'couro' que dão uma afinação diferente. Marca o andamento, mas permite floreios que não ocorrem nos surdos. A forma como se toca uma caixa varia também de escola para escola: algumas utilizam o instrumento embaixo, na altura da cintura, tocando normalmente com as duas mãos; outras põem a caixa 'em cima', utilizando uma mão como apoio e a outra livre. O tarol é uma caixa de guerra mais fina. O som é muito semelhante, e o tarol, em tamanho, equivale a 'meia caixa'. Repique - É uma resposta à caixa. É bastante utilizado nas paradinhas e nas viradas do samba, como 'senha' para a volta dos demais instrumentos. Antigamente, utilizava-se predominantemente o repique nas paradinhas. Hoje, já admite-se o uso de chocalhos, tamborins e outros, enquanto o resto da bateria silencia.
Instrumentos Leves ou de Percussão (são o molho do samba) Chocalho - É formado por várias fileiras de 'chapinhas'. Há chocalhos com duas, três, quatro, cinco e até seis fileiras. Não há uma grande diferença no som dos chocalhos devido ao número de fileiras (mas uma maior quantidade de fileiras produz um som mais forte). Esse instrumento aparece mais nos refrões, e fica passagens inteiras do samba sem ser tocado. O chocalho ajuda a caixa a dar o suingue do samba, mas é mais leve. Tamborim - É um dos instrumentos mais importantes, já que faz todo o desenho do samba. Enquanto os surdos e a caixa fazem uma marcação contínua, o tamborim faz diferentes bossas no samba. Sua baqueta pode ter ponta única ou múltipla, o que produz sons diferentes. Por sua importância dentro da bateria, o naipe de tamborins costuma ter diretores específicos para ele. Cuíca - O
som da cuíca é produzido através de uma pequena haste que fica
em seu interior, que puxa um esticadíssimo couro que reveste o
instrumento. Seu andamento é dependente da marcação dos
surdos, que são seguidos pela cuíca. As cornetas e outros
apetrechos que aparecem em algumas cuícas na Avenida são
meramente decorativas. Reco-reco - Formado por uma haste e um pedaço de madeira (ou metal), seu som é produzido pelo atrito entre essas partes. Algumas baterias já não têm mais reco-recos entre seus ritmistas, mas muitas ainda mantêm esse instrumento. O instrumento observado à esquerda é feito de metal, assim como sua vareta.
Prato - Outro instrumento utilizado basicamente como 'alegoria' pelos ritmistas. Em geral, as escolas têm uma ou duas pessoas com o prato, à frente da bateria, sambando e fazendo malabarismos com os pratos. O som, produzido pela batida de um prato no outro, é bastante forte. FONTE: O Dia |
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