Os sambas de 2019 - Série A por Cláudio Carvalho
Os sambas de 2019 -
Série A por Cláudio Carvalho
Unidos
de Padre Miguel: a escola da Vila Vintém, que tem batido
sistematicamente na trave nos últimos anos, vem com um belo
samba em homenagem a Dias Gomes, porém muito parecido, sobretudo
melodicamente com os de 2017 e 2018, o que compromete boa parte
de seu conteúdo. Nota: 9.8
Porto da Pedra: outra favorita ao acesso, a escola de São
Gonçalo mandou bem na escolha do samba e do enredo em homenagem
a Antônio Pitanga, com um hino à altura de
clássicos como os de 1996, 1997 e 2007. Nota: 10
Inocentes: Recorrendo pela segunda vez consecutiva ao expediente de
encomendar seu samba-enredo, a escola não foi muito feliz, com
uma obra de letra confusa que reflete o enredo de difícil
leitura. Nota: 9.7
Cubango: Beleza de samba, beleza de enredo. Lembra, em alguns momentos,
Santa Cruz 1984, Salgueiro 1978 e Império Serrano 2006,
clasicos, tal qual essa obra (como tantas da verde e branca de
Niterói) tende a se tornar. Nota: 10
Estácio: samba enredo, como diz o Prof. Luiz Antônio
Simas, é obra em evolução. O
samba do Leão pra 2019, inicialmente contestado, cresceu muito
no CD com Serginho do Porto, mantendo a tradição da
escola de desfilar com belos hinos de temática religiosa. Nota
do samba: 9.9
Império da Tijuca: tem algumas passagens interessantes, mas
deixa a desejar pelo excesso de "lugares comuns" na letra e melodia. Um
samba sobre o café, presente no pavilhão da escola, pedia
mais. Não se surpreendam, no entanto, se funcionar bem na
avenida. Nota: 9.7
Alegria da Zona Sul: Outro samba repleto de clichês, talvez por
conta do enredo batido. Destaque negativo para o excesso de
"saravás" no refrão principal. Nota do samba: 9.7
Renascer: assim como a co-irmã da Zona Sul, a escola de
Jacarepaguá optou por uma temática desgastada no universo
do carnaval. O samba é bom, mas tem o mesmo problema: excesso de
clichês. Talvez seja o momento da agremiação rever
seu expediente de encomenda de samba-enredo. Nota: 9.8
Santa Cruz: Depois de um longo tempo apenas fazendo
figuração no grupo, com sambas e enredos equivocados, a
escola da Zona Oeste parece disposta a voltar a incomodar. A bela
homenagem a Ruth de Souza, em forma de samba, embora encomendada,
está aí pra provar. Nota: 10
Rocinha: outra escola que dá sinais de
recuperação, nesse caso desde o ano passado. Talvez o
melhor samba da borboleta desde o histórico "Pra não dizer
que não falei das flores", de 1992. Vai ter Quizomba no quilombo
da Rocinha! Nota: 10
Unidos de Bangu: o inusitado enredo sobre a batata, quem diria, gerou
um samba interessante e gostoso de se ouvir, apesar da pobreza do
refrão principal. A escola mais antiga da Zona Oeste quer e pode
se firmar novamente no grupo de acesso com bons sambas, como nos anos
oitenta. Nota: 9.8
Sossego: o que dizer de um samba sem rima, sem verbo e em forma de
dialogo entre Jesus e seu xará, protetor dos narcotraficantes de
Sinaloa? Com todo respeito, é muita informação ao
mesmo tempo. A proposta de um dos trocentos autores de juntar todas as
suas recentes inovações num único lugar fracassou.
Tudo tem um limite. Nota: 9.5
Ponte: retornando ao grupo de acesso após 16 anos, a escola de
São João de Meriti reedita o clássico "Oferendas",
de 1984, um belo samba, que mereceria a nota máxima de
não fosse utilizado no surrado expediente da
reedição. Nota: 9.9
Veja também o último editorial com a análise de alguns sambas eliminados para 2019
Voltar