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Os sambas de 2016 por Cláudio Carvalho
As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile Beija-Flor:
Após dois enredos polêmicos, a escola de Nilópolis traz um tema inusitado e
original, sobre Marquês de Sapucaí, não à rua, mas o personagem que lhe dá
nome, e fica a pergunta: por que ninguém pensou nisso antes? Talvez porque a
história do dito cujo não renda um enredo interessante, salvo se atrelada à da
avenida, o que a comissão de carnaval da escola soube explorar. O resultado é
um bom samba, com destaque positivo para a bela melodia, e negativo, para o
excesso de frases “lugar comum”, talvez no intuito preencher algumas lacunas do
enredo. Se não chega a manter o padrão
dos últimos anos, o samba também não é o desastre de 2014. Nota do Samba: 9,9. Salgueiro:
Palco de uma das disputas mais polêmicas e acirradas da história do samba e do
carnaval, a obra de Marcelo Motta e cia se destacou desde o início, e desbancou
o favorito Xande de Pilares e a zebra ”Escafura”. As pequenas mudanças na letra
original serviram pra realçar ainda mais seu tom irreverente, que retrata de
forma fiel o cotidiano do malandro batuqueiro, cria lá do Morro do Salgueiro.
Samba pra figurar na galeria dos melhores da escola e credenciá-la à disputa do
titulo em 2016. Nota do Samba: 10 Grande
Rio: A cidade de Santos, por si só, não é lá um enredo que se preze. Menos
ainda quando você não fala nada sobre seu carnaval, de onde saíram, por
exemplo, escolas com a X-9, que, por sua vez, originou a filial paulistana. E
quando se resolve terminar a letra com “Neymar, ousadia e alegria”, o que dizer?
Samba pra esquecer. Nota do Samba: 9.7 Tijuca:
Na era Paulo Barros, a escola do Borel apostou em enredos abstratos, e se deu
bem. Em termos de samba, não se pode dizer o mesmo. Não por acaso, seu último
grande samba havia sido Agudás, do
ano anterior à 2004, chegada do
carnavalesco. Em que pese a presença do presidente de uma co-irmã entre os
autores, o samba de 2015 é um dos melhores da escola, pois além de versar de
forma lírica sobre a vida no campo, alude à obras primas como Brasil, devagar com o andor que o santo é de
barro e O dono da terra, ao
longo da letra. O samba do ano, favorito ao Estandarte de Ouro. Nota do Samba:
10 Portela:
Após anos apostando num modelo de samba consagrado com várias notas máximas, a
azul e branca resolveu ousar, com uma obra que destoa completamente deste
“padrão”, e remete aos anos 70, 80 e 90. O início, por exemplo, é muito parecido
com O homem do Pacoval, samba de
1976, e há momentos que lembram os hinos de 1971 e 1995. A volta de Gilsinho
deu mais brilho à faixa no CD, e com certeza fará a diferença na avenida. Mais
uma vez, a Portela vem com um grande samba, e se Paulo Barros fizer a águia
voar de fato, ela já entra campeã na avenida, como em 2015. A questão é que,
pra ganhar o carnaval, precisa entrar e sair... Nota do samba: 10 Imperatriz:
Sim, o samba de Zé Katimba sobre Zezé di Camargo e Luciano, os filhos de
Francisco, emociona. Para muitos, trata-se do melhor samba do ano. Minhas
únicas críticas dizem respeito a um excesso de semelhança com o samba da Vila
Isabel de 2013, que também falava sobre interior, e à presença dos homenageados
na gravação da faixa, uma tremenda bola fora. No mais, é samba pra manter a
qualidade da melhor safra do século XXI. Nota do Samba: 9,9 Mocidade:
Apesar de um enredo pouco claro, sobre Quixotes, Pixotes, e afins, a escola de
Padre Miguel conseguiu produzir um samba valente, de letra e melodia
consistentes, que, ao contrário dos recentes, exceto 2014, não passará
despercebido ou será esquecido após o desfile. Pelo menos no quesito
samba-enredo, já podemos falar em novos tempos pra Mocidade. Nota do Samba: 9,9 União
da Ilha: É certo que ninguém agüenta mais enredo sobre Rio de Janeiro, mas em
2016, os Jogos Olímpicos não poderiam ficar de fora. Menos mal que a escola,
desta vez, não é a Portela, que resolveu viajar e respirar novos ares. O samba?
Mais do mesmo, como não poderia deixar de ser. A Ilha merecia mais. Nota do
Samba: 9,8 São
Clemente: O enredo Mais de Mil Palhaços, sob
a batuta de Rosa Magalhães, e numa escola como a São Clemente, prometia redundar
num samba irreverente e crítico, marcas registradas da carnavalesca e da
escola. Infelizmente, ficou só na promessa. Trechos como O palhaço o que é? É ladrão de mulher, dão notícia da falta de
criatividade e da mesmice que traduzem a obra. Uma pena. Nota do samba: 9,7 Mangueira:
Apesar de viver tempos bicudos, a verde e rosa nunca deixou de trazer sambas de
qualidade e, para 2016, nos brinda com outra belíssima obra, que remete à vinte
e um anos atrás, quando a homenageada integrou o quarteto reverenciado no hino
da ocasião. Além de manter o alto padrão dos seus sambas-enredo, a Mangueira
buscou no seu passado de homenagens bem sucedidas a celebridades a receita pra
um grande desfile. A lamentável perda de Luizito, morto antes da escolha do
samba, é a nota triste. Nota do Samba: 10 Vila
Isabel: O samba, composto por André Diniz, Arlindo Cruz, Leonel, Martinália e
Martinho da Vila, já não era lá grande coisa quando se fala de algo feito por
gente deste naipe. Pra piorar tudo, a escola resolveu destroça-lo. O desastre
só não foi maior porque algumas partes interessantes da letra e melodia
originais foram mantidas. Nota do Samba: 9,8 Estácio de Sá: De volta ao Especial após longos 9 anos, a escola do morro de São Carlos resolveu pedir ajuda a outro santo, Jorge de Capadócia, pra se manter no grupo. O que resultou disso é um samba valente, correto, porém pouco audacioso e algo repetitivo, talvez pelo excesso de obras e enredos semelhantes nos últimos tempos. Nota do samba: 9,8 |
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