UMA NOVELA ARRASTADA

Pela primeira vez postarei no promissor blog “Redação Turma CH” a minha já pré-histórica coluna. Espero me adaptar bem a este novo estilo. O novo Turma CH entrou em cena com tudo: vídeos de volta, belo visual, interatividade... Não era isso que vocês queriam? Taí! Você pediu e nós atendemos! Quando todas as seções voltarem, quero ver quem vai nos segurar! E se você quiser se arrepiar ainda mais com o nosso Turma CH, dê uma espiadinha na nossa equipe de redatores logo à direita. Já não bastava Rufino, Berriel, Valette e companhia, agora temos Bruno Pires. Uma equipe dos sonhos, sem dúvida alguma. Tudo para trazer ao internauta de bom gosto o mais intenso agrado (frase clássica de minha autoria que já deve ter virado folclore no meio CH). Uma pena que não consegui postar as fotos no blog. Olha que eu segui todas as instruções direitinho. Não sei o que deu de errado...

O assunto da COLUNA DO MESTRE em seu novo lar, este blog, não poderia ser outro. Desde a divulgação pelo colunista da Folha de São Paulo Daniel Castro no dia 22 de abril de que o SBT não renovaria o contrato das séries com a Televisa, o assunto anda rendendo imensa repercussão, com os veículos de comunicação de todo o Brasil, como jornais, TV's, sites e rádios, divulgando em massa a proximidade da saída de "Chaves" do SBT após quase 21 anos de exibição praticamente ininterrupta. O Evento CH realizado no Rio de Janeiro no último dia 30 de abril ajudou a abrir os olhos dos fãs de Chespirito, que passaram a mandar e-mails para o SBT e a participar de abaixo-assinados. Um deles teria recolhido 4 mil assinaturas.

A Televisa passou a oferecer as séries CH para emissoras como Record, Band e Rede TV. A primeira recusou, alegando que "Chaves" não condizia com a "qualidade de sua programação". Compreendo: Chaves e Chapolin não combinam nem um pouco com as sessões de descarrego que a emissora promove, e muito menos com os esculachos esportivos de Merchan Neves, Morsas e Godóis da vida...

Entre as inúmeras divulgações da mídia sobre a saída iminente de "Chaves", a que mais chamou a atenção foi uma enquete colocada na home-page do portal Globo.com. Até a Vênus Platinada mostrou interesse pelo assunto. Tanto que um colunista do jornal "O Globo", Paulo Ricardo Moreira, foi o primeiro a divulgar a continuidade parcial de "Chaves" no SBT. Os demais colunistas de jornais e sites foram no embalo e passaram a colocar uma notinha em seus textos, já que o assunto rendeu à beça. Até a emissora dos Marinho manifestou o interesse na compra dos seriados de Chespirito... mas “para torná-los mais caros ao SBT”. Há uma cláusula no contrato da Televisa que obriga a emissora a exibir diariamente os programas. A Globo provavelmente esconderia os seriados na madrugada (o encaixe das séries CH no lugar da “Sessão da Tarde” seria perfeito). Apesar de que não acredito nem um pouco nesta tal cláusula. Afinal, por que Chapolin está há mais de 600 dias fora do ar? Por que Chaves deixou a programação do SBT duas vezes, ficando seis meses longe da vista do público? Ué, a exibição de ambos não é obrigatória? Tem algo mal contado aí...

Com esta grande repercussão da imprensa, a emissora de "Cenoura" Abravanel recuou com respeito à intenção inicial de não renovar o contrato dos seriados CH com a Televisa. A novela argentina "Rebelde", uma espécie de "Malhação" do país vizinho, estava prevista para entrar no dia 16 de maio. Até três dias antes, as propagandas da entrada da novela no horário das 18h eram veiculadas normalmente. Mas o SBT manteve a tradição das mudanças de programação em cima da hora, adiou a estréia da novela e manteve “Chaves”, a princípio, por mais uma semana. O contrato ainda não foi renovado, porém chegamos em junho e o seriado continua firme, forte e fixo às 18h. Ou seja, a novela da permanência da obra de Chespirito no SBT se arrasta, mantendo os chavesmaníacos cada vez mais apreensivos e cansados. Até hoje, eles vivem o seguinte dilema: “Chaves fica ou não fica no SBT?”, “Se não ficar no SBT, para onde vai?”, “Se a Globo comprar, ela engavetará o seriado?”. O pior é que o desfecho desta lenga-lenga deve ser definido apenas no fim do mês, pois a emissora do “Cenoura” conseguiu enrolar a Televisa até esta data, já que o SBT teria feito uma nova proposta à empresa mexicana para a renovação de contrato de mais um ano. Não deve chegar ao exorbitante preço de R$ 1,5 milhão pela exibição por 365 dias. Vamos ver no que vai dar! Qual será o destino dos seriados CH na TV Brasileira? Tchuin, tchuin, tchun, clain! Ou seja, quem sabe...

Mas foi preciso um alarde imenso da imprensa para que finalmente a alta cúpula de cabeças-de-camarão do SBT visse que "Chaves" fará uma tremenda falta numa TV brasileira recheada de programas apelativos, com excesso de piadas de mau gosto. Este sentimento pode ser conferido numa memorável charge feita por Maurício Ricardo em seu famoso site
http://www.charges.com.br/. Nela, Chaves canta uma paródia de uma música do Charlie Brown Jr. “Tamo Aí na Atividade”. A letra é de puro protesto, uma autêntica exaltação ao melhor seriado do mundo. Destaque para a banda: enquanto o Chavinho é o vocalista, Seu Madruga é o responsável pelo som da guitarra, Quico dá show na bateria e Chiquinha é encarregada do contrabaixo. A charge, de aprovação unânime não só dos chavesmaníacos como também do público em geral, mantém-se no topo como a melhor da semana na enquete do site. O endereço direto da charge é este: http://charges.uol.com.br/vercharge.php?idcharge=1736&modo=som .

A atual manifestação dos fãs do seriado já atinge repercussão anos-luz superior à de agosto de 2003. Até o próprio site da Televisa andou divulgando a revolta pela então iminente saída de Chaves do SBT. Uma outra página de língua espanhola apresentou uma matéria sobre o Evento CH realizado no último dia 30 de abril na UERJ. Na minha opinião, é questão de tempo para que finalmente Chespirito exclame a seguinte frase: "Se é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, diga ao povo que eu fico!". Anteriormente, na época em que os indícios da saída dos nossos queridos mexicanos da emissora da Via Anhangüera eram fortes, eu estava preferindo que “Chaves” e “Chapolin” migrassem para uma outra emissora, como Band, Record e Rede TV. Até porque qual chavesmaníaco que não está de saco cheio da ausência de “Chapolin” e dos dois episódios de “Chaves” cortados diariamente? O problema nessas três emissoras citadas seria as afiliadas e os programecos locais em VHS. Por exemplo, se a Record exibisse às 13h o seriado, aqui em Porto Alegre não passaria em função do “Zoom”, programa que mostra festas de ricos. Na Band, com a suposição que “Chaves” fosse apresentado no horário dos “Cavaleiros do Zodíaco”, a série só seria exibida em São Paulo, pois este é o horário das afiliadas (aqui em POA passa o “Toque de Bola” no lugar. Uma exceção, pois o programa é de boa qualidade). E a Rede TV das parabólicas poderia muito bem colocar, no horário em que “Chaves” fosse mostrado para São Paulo, aqueles informerciais insuportáveis da laia de “Disk Biju” e “Tac-500”.

Ninguém esconde o sonho de assistir às séries “Chaves” e “Chapolin” na Globo, a toda-poderosa da mídia brasileira. É tão fácil resolver este problema: basta a emissora carioca, que está oferecendo muito mais do que o SBT para ficar com as séries de Chespirito, colocá-las no lugar da “Sessão da Tarde” e seus filmes maçantes e bobocas. Ora, entre a 200ª reprise do episódio “A Galinha da Vizinha é mais Gorda do que a Minha” e a 100ª reprise de filmes como “A Lagoa Azul”, “O Rapto do Menino Dourado”, “Beethoven, o Magnífico” e “Tudo por Uma Esmeralda”, o que vocês preferem? Embora num bate-papo com o apresentador do programa “Fato Consumado” da Rádio FAM (
www.pucrs.br/radiofam) Gabriel Cobos, ele tenha me dito que era para, em 1999, o “Mais Você” de Ana Maria Braga ter entrado no lugar da quase trintona sessão vespertina de filmes bregas, eterno tapa-buraco da programação da Globo. Mas a alta cúpula não aceitou acabar com aquela longa tradição e por isso que jogaram o programa inicialmente para as 13h45min, quando tomou sucessivas surras de “Chaves”, algo que repercutiu em toda a imprensa na ocasião. Por isso, é evidente que “Chapolin” e “Chaves” no lugar da Sessão da Tarde é um sonho praticamente impossível, uma autêntica utopia. Seria mais fácil eu me consagrar campeão de ginástica olímpica com o meu corpanzil de 1m85cm e 93kg.

Por isso, como o SBT aderiu à causa chavesmaníaca e passou a se empenhar para a bendita renovação de contrato, mudei de opinião e já prefiro que “Chaves” e “Chapolin” continuem a sua história na emissora do homem do Baú. Tudo deverá ser definido no fim de junho (garantindo assim a exibição do episódio do “Dia dos Namorados”, apesar de que, em 2005, o dia 12 de junho cairá num domingo). E, para prevalecer o mínimo de bom senso e dignidade por parte do SBT, que, em respeito à nossa devoção pela arte de Chespirito, passou ela própria a lutar pela permanência dos seriados CH, ASSIM QUE ESTE CONTRATO FOR RENOVADO, A PRIMEIRA ATITUDE QUE DEVE SER TOMADA É A VOLTA DE “CHAPOLIN” E O FIM DOS CORTES EM “CHAVES”. É o mínimo que poderiam fazer após esta novela arrastadíssima e tão enjoativa quanto a demora da estréia do novo design do Turma CH e as 1001 reprises de Chiquinha cantando “Mi papi es un padre muy padre” no extinto Falando Francamente de Sônia Abrão em 2003. Tamanha divulgação da mídia deverá resultar num final feliz para a gigantesca legião de fãs de Chespirito e quem sabe assim o rei da Pasárgada não dê mais um golpe de Estado e estabeleça uma segunda e definitiva PASÁRGADA SBTERIANA. Lembram-se? A primeira durou de 1º a 19 de setembro de 2003, com a volta de oito perdidos de “Chaves”, de “Chapolin” e a visita de Edgar Vivar. Na época, a praticamente saudosa diva de Santa Maria e de nossos corações Manuela do Monte protagonizava “Malhação”.

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ (As últimas do meio CH)

Que o Pânico na TV está nas cabeças, todo mundo sabe. Merchan Neves, a nova sensação do humor brasileiro e seu “pedala Robinho” (e haja tapas no anão Nestor, ex-anão tosco do programa do Mion na Band), andou em Porto Alegre no hotel onde se hospedou na Seleção Brasileira. O programa foi exibido no último domingo (5/6). Para vários jogadores, ele alegou que Carlos Alberto Parreira era o pai do Quico, devido às bochechas. Os boleiros caíam na gargalhada. Quando a turma de Merchan Neves indagou o próprio técnico da Seleção com a “possível paternidade”, Parreira disparou a seguinte pergunta: “Quico? Eu nem sei o que é isso”. Claro que sabe, senhor Boquinha! Quem não sabe que você só soltou essa para pôr um fim ao assunto? Quem não conhece os melhores seriados do mundo? Bem que, nessa hora, Merchan Neves poderia soltar um “pedala Parreira”. Ou melhor, “pedala Boquinha”.

Depois de cinco anos, o SBT surpreendentemente nos brindou com a volta do episódio “Seu Madruga Fotógrafo parte 2”. Totalmente mutilado por sinal. Mas deu pra matar saudade de piadas memoráveis como a comparação da câmera fotográfica e o Madruguinha com um jumento de garimpeiro. Outro episódio fora do ar desde 2003 que regressou no último sábado (4/6) foi “Seu Madruga Leiteiro”. No guia de episódios preparado por Valette Negro que deve retornar em breve à nova versão do Turma CH, os dois episódios citados chegaram a ser colocados como “perdidos desde 2000 e 2003”. A lista deverá ser corrigida quando voltar ao ar. Só falta agora “O Dia de São Valentim” regressar. E esse deve ser apresentado próximo ao “O Dia dos Namorados”, que deverá ser o único episódio do próximo sábado (11/6). Lembrando que apenas um é apresentado aos sábados, às 18h25min. Mas ficaria muito mais contente com as voltas das primeiras versões de “Professor Girafales se declara a Seu Madruga” e, principalmente, “Falta D’água”. Que saudade de Chaves fechando o episódio com a célebre frase, em tom de choro: “Não é água! São lágrimas!”.

Foi descoberto o nome do ator que interpreta o Homem do Parque de Diversões e o cliente do Restaurante que reclama “Tem uma mosca no meu café” no episódio dos Churruminos: é Abraham Stavans, conforme o completíssimo site
www.chespirito.org. Aproveitando a deixa, uma dúvida nova surgiu envolvendo o ator: muitos acreditam que ele tenha interpretado o Senhor Furtado, o Ladrão da Vila. Até então, a idéia fixa era de que o Sr. Defumado (digo, Furtado) tenha sido vivido por Ricardo de Pascual, o carequinha que pretende comprar a vila e o anão Soneca em “Branca de Neve”. Eu ainda acho que Pascual foi quem viveu o Sr. Roubado (quer dizer... ah, não vou corrigir de novo!). Definitivamente, creio que não tenha sido Abraham Stavans o intérprete do personagem. Mas nomes fortes do meio CH, como Gustavo Berriel, alegam ter certeza de que Ricardo de Pascual não tenha dado vida ao Seu Furtado. Ah, que falta que fazem a abertura original e os créditos finais dos seriados...

Numa busca que fazia não me lembro porque, descobri um site que traz consigo o nome da atriz que interpretou a “menina-fantasma-monstro-assombração” Iara do episódio “Uma Aula de História”: é Roberta de Larosa. Seria uma boa alguém perguntar à vulga “Roberta de Larosa” qual a moral de sua participação naquele episódio. Até hoje nem Deus entende... Só Chespirito!

Uma descoberta foi feita pelo usuário do FUCH Luis Pancada, navegando pelo mesmo site do porto-riquenho Reiniet (
www.chespirito.org): os últimos episódios de “Chaves” e “Chapolin” gravados. Do seriado do órfão teria sido “Sanduíche da Paz” (1992), cujo fim evidencia um princípio de choradeira por parte dos atores, principalmente Rubén Aguirre. Já da série do Vermelhinho trata-se de “A Chave do Problema” (1993). Os dois episódios foram exibidos pelo SBT no Clube do Chaves. Aí fica uma dúvida: a produção do Programa Chespirito (aqui chamado de Clube) não se encerrou em 1995? De fato sim, mas as histórias dos famosos personagens, já reduzidas a reles esquetes, se encerraram nos anos citados entre parênteses. Pancada, Chaveco, Dom Caveira e os quadros clássicos seguiram por mais algum tempo.

Essa saiu no jornal mexicano El Universal: a Televisa vai lançar brevemente, aqui no Brasil, o DVD do seriado “Chaves” dublado em português. Levando em conta que este ano quatro mil pessoas assinaram uma carta pedindo ao SBT para não tirar o seriado do ar, não é difícil concluir que o DVD, por aqui, venderá como água. Argentina, Chile, Equador e Estados Unidos também receberão o DVD. Já estava na hora desses DVD’s chegarem por aqui, né? Por que se dependesse do SBT... Visto que a Televisa é quem o lançará em solo tupiniquim. Algumas dúvidas ficarão no ar até esses DVD’s despontarem por aqui: serão os mesmos já lançados internacionalmente? Essa dublagem em português será a clássica? E se forem episódios inéditos, será que teremos de agüentar mais uma vez Cassiano Ricardo destruindo a inocência de Chaves, Chapolin e, principalmente, Dr. Chapatin e seus termos “bonecona”, “vagabunda” e “bunda”? É esperar para conferir!

Ao mesmo tempo em que o Chiquinha Brasil se uniu ao Casa CH (
www.casach.com), o Chespirito World (www.chespiritoworld.cjb.net) desfez a parceria com o Portal CH (www.portalch.cjb.net) e voltou ao ar como página independente. Lembrando, é claro, que o Turma CH se uniu ao Redação CH e ao Chespirito News. Fusões e cisões marcam atualmente o meio CH na internet.

Na próxima sexta-feira (10/6), farei mais uma participação no programa “Fato Consumado”, da Rádio FAM da PUCRS. Na semana passada (3/6), a pauta foi o seriado “Chapolin” (ninguém gravou ou ouviu, uma pena). Agora, comentarei sobre Chaves para as grandes massas. O programa começa a partir do 12h e vai até às 13h. A rádio pode ser acessada pelo
www.pucrs.br/radiofam . Não se esqueçam dessa vez, hein??? Na sexta, dia 10!! Prometo que mandarei os abraços, pois no primeiro programa confesso que acabei esquecendo...

E já tem data marcada o terceiro Evento CH mais uma vez na UERJ (Rio de Janeiro): dia 2 de julho, um sábado (pra variar). A novidade será a presença de um dublador paulista, além, é claro, da já tradicional palestra do amável Carlos Seidl, dublador do Seu Madruga. Não percam, hein??? Num oferecimento de Gustavo Berriel (que andou tendo uns atritos com Daniel Castro, já que nosso diretor alega que o colunista da Folha não dá atenção aos seriados e só publica as notas para “ter o que dizer em sua coluna, pois o assunto está rendendo”) e de nosso novo colunista Bruno Pires (agora malhado e com biótipo de capoeirista e dançarino de axé music).