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Eis a coluna que encerrará a atualização do Turma CH de 2006. O que eu irei discutir aqui já consta na seção de curiosidades do nosso site:

Casa do Seu Madruga - Quarto ou Banheiro?


Quico me ajudando explorar a casa do Seu Madruga, começando pela cozinha

Esse assunto não é de agora, pois como eu havia dito, isso tem na seção Curiosidades.

Como fazemos em toda última coluna, exploramos uma parte do cenário.

Na última coluna de 2004 exploramos o desaparecimento do segundo pátio, com o início (possivelmente) da saga do restaurante (onde há uma possibilidade de o espaço utilizado ter sido o segundo pátio), ou que o segundo pátio da vila tenha virado o pátio da escolinha, já que a fonte dos desejos (a fonte do pátio e não o episódio) são equivalentes:

Na última coluna de 2005 exploramos o teto da vila (ou talvez a falta de um teto), mostrando episódios que tem teto como o episódio A Festa da Amizade; episódios que não tinha teto como o “Amarelinhas e Balões”; episódios que na parte um tem e na parte dois não tem, como O Seu Madruga, Fotógrafo; e enfim o episódio que tem os dois, como O Fantasma do Senhor Barriga.

Enfim, vamos ao assunto dessa coluna.

Entrando na parte Curiosidades do menu PRODUÇÃO, e em GERAIS “prefiro numerada...”, vai encontrar essa curiosidade:

Um mesmo cenário das casas de Seu Madruga e Dona Florinda possuem diferentes funções em variados episódios. Por exemplo, a porta em frente ao sofá da sala de Seu Madruga nos episódios de 1975 dá para o quarto de Chiquinha (lembre-se de episódios como "A Catapora da Chiquinha" (foto acima) e "A Galinha da Vizinha..."). Já em "O Disco Voador" e "O Fantasma do Seu Barriga, o quarto da Chiquinha passa a ser o banheiro. Onde será que ela dormia dos episódios de 1976 até a saída de seu pai das séries?

Vamos começar com os episódios em que o quarto da Chiquinha é o banheiro.
Fiz uma planta baixa de como poderia ser a casa do Seu Madruga onde aquela porta leva para o banheiro (com a cozinha inclusa, pois vimos ela em Os Espíritos Zombeteiros).

O Seu Madruga disse: se o Senhor Barriga entrar na minha casa, a porta do banheiro é a única que tem chave.
Convenhamos que o Senhor Barriga tenha entrado na casa do Seu Madruga e esse se escondido no banheiro. Aí o Senhor Barriga vai abrir a porta do banheiro e vê que ela está trancada.


Já chegou o disco voador!

Ele ia pensar que não tinha ninguém no banheiro? Estando a posta trancada e a chave lá dentro.
Não senhor! Não é o valor do gato! É a ação! Digo, digo, tem que ser muito Quico para pensar que não tem ninguém no banheiro.
Mas não vem ao caso. E sim o possível banheiro naquela porta.
Observe que o Seu Madruga sempre dormiu na sala, mesmo sem a Chiquinha. Nesse episódio sim, seria possível a casa ser como na planta acima.

Vamos agora para a casa que tem o quarto da Chiquinha.
Usando o episódio A catapora da Chiquinha como exemplo, sempre perguntam para onde a Chiquinha correu quando foi passar a catapora para o Quico, que tinha fugido para o outro pátio.

Ou no começo do episódio em que ela vai e vem do outro pátio.
E agora usando o episódio A Galinha da Vizinha é mais Gorda que a Minha (foto acima), o Quico sai do pátio principal para brincar no outro pátio. Escalou a casa do Seu Madruga?


Senhor Barriga procura o quarto que sumiu na casa do Seu Madruga

Acho que a única resposta para esses dois episódios é que deveria ter um beco a esquerda do quarto da Chiquinha (não ha isso no cenário, mas essa seria a lógica).

Mas enfim, o episódio O Fantasma do Senhor Barriga é usado como exemplo de que o quarto da Chiquinha é o banheiro.

Será?

O Seu Madruga entra naquela porta para ver se a Chiquinha não estaria ouvindo o plano do Senhor Barriga de assustar as crianças, e sai de lá dizendo que a Chiquinha está no banheiro.

Esperem!

Não seria mais fácil o Seu Madruga bater na porta, perguntando se tem gente?

Logo, o banheiro não era exatamente ali.

Então o episódio O Fantasma do Senhor Barriga já pode sair do exemplo acima.

Então a casa do Seu Madruga com o quarto da Chiquinha, teria que ser como mostra a nova planta a seguir:

O Seu Madruga teria entrado no quarto da Chiquinha para ver se ela não estaria ouvindo nada e vê que ela não está no quarto, e sim no banheiro. Um bom episódio para substituir esse nos exemplos em que a porta da sala leva para o banheiro, é o episódio do Álbum de Fotografias. O Quico sai daquela porta dizendo que veio do banheiro e traz consigo a tábua do vaso sanitário.

Preciso de papel!

Preciso de papel para continuar escrevendo a minha coluna.

Mas enfim é isso, o formato da casa do Seu Madruga varia realmente. Evolução da vila do Chaves.

Podemos teoricamente julgar que os episódios sem a Chiquinha a porta levava para o banheiro e com a Chiquinha levava para o quarto. E um quarto suíte (e não era um penico embaixo da cama).

Vamos para as curtas agora (e o tema foi longo?).

Morte de Sivuca Deixa a Música mais Triste

Com muita comoção, lágrimas e despedidas emocionadas foi enterrado no final da tarde do último dia 17 de dezembro de 2006, no Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa, o corpo do músico Severino Dias de Oliveira, de 76 anos, o Mestre Sivuca. A cerimônia fúnebre contou com a participação de políticos, familiares, artistas, amigos e admiradores do músico. A viúva de Sivuca, Glorinha Gadelha, afirmou que ele realizou quase tudo o que queria e dedicou anos de sua vida para fazer com que um instrumento camponês (sanfona) fosse tratado da forma que realmente merece. “Era um grande homem, amigo, uma alma transparente. Eu o amo muito e sempre vou amá-lo. Será necessário toda a eternidade para agradecer tudo que ele me deu”, comentou.
O corpo de Sivuca foi retirado da sala de velórios, localizada dentro do cemitério ao som da música Feira de Mangaio - tocada por uma sanfona - e levado para o lote 226 da quadra cinco. Lá, sob olhares atentos, o poeta e repentista Jatobá declamou uma poesia em homenagem ao mestre, e o ator José Bezerra cantou uma música no instante em que o corpo estava sendo enterrado.
Antes do corpo ser enterrado, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, recebeu de um cadete a bandeira paraibana, que estava em cima do caixão, e em um gesto solene a entregou para a viúva do músico, Glorinha Gadelha, que a beijou e guardou entre os braços.
O governador do Estado disse que estava bastante triste pela morte de Sivuca e afirmou que a Paraíba perdeu um grande gênio da música. Destacou ainda que o artista realizou um grande sonho antes de morrer, que foi a gravação do seu único DVD.
A mulher do músico ainda falou dos últimos dias de vida de Sivuca. Ela afirmou que foram “momentos difíceis e absurdamente dolorosos”. De acordo com ela, os dois tinham uma intimidade grande com o problema e sabiam driblá-lo, uma vez que Sivuca carregava há muitos anos a doença (câncer de laringe). “Conseguimos conviver com a doença e com o trabalho”, destacou.

FONTE: JORNAL DA PARAÍBA

Até breve, Mestre, e obrigado por mostrar a Paraíba e ao Brasil o verdadeiro valor da música.

Segue os vídeos filmados da minha TV com homenagens ao Mestre Sivuca, é só clicar para assistir.


Turma CH Conquista duas Medalhas de Ouro no PRV 3
Texto: Mestre Maciel

Na terceira edição do Prêmio Ramón Valdez, o site Turma CH foi eleito em dois quesitos: melhor conteúdo escrito e melhor colunista (Mestre Maciel). A premiação foi organizada por Kagiva e Gustavo Alves e ocorreu no FUCH (Fórum Único Chespirito) e no fórum do site Turma do Chaves, onde os usuários postaram seus votos para cada categoria.

Nos dois quesitos em que foi vitorioso, o Turma CH conseguiu o título de site com o melhor conteúdo escrito obtendo 56% dos votos (14), contra 12% do segundo colocado (o Tinha que ser o Chaves!, com 3 votos), obtendo o bicampeonato no quesito (ganhou também em 2004). Já para melhor colunista, o site teve direito a uma dobradinha: Mestre Maciel ganhou pela segunda vez consecutiva o título (assim como em 2005) conseguindo 44% dos votos (11), e o webmaster Andy, que também escreve para o Turma CH, ficou em segundo com 20% (5 votos), mas foi eleito melhor moderador do FUCH na premiação.


O colunista Andy recebeu o ouro na categoria 'melhor moderador do Fòrum Único Chespirito'

No quesito "Melhor Site", o Turma CH foi o vice-campeão com 5 votos (20%), ficando atrás apenas do Chespirito Brasil (15 votos, 60%), não conseguindo repetir a vitória da primeira edição em 2004. Eis as colocações do site nos demais quesitos: webmaster (Andy, 4º lugar, com Mc-Jay do Danizinha.org sendo contemplado); design (4º, com vitória do Vila do Chaves); criatividade (6º, Vila do Chaves foi eleito o site mais criativo) e noticiário (2º, sendo superado por um voto pelo Turma do Chaves).

El Chavo Brasil ganhou como site revelação, Fabão foi eleito colunista revelação e moderador revelação do FUCH, o Clube do Chaves conseguiu o prêmio de melhor conteúdo multimídia, Motodoido se consagrou como webmaster revelação e moderador revelação do Fórum do Turma do Chaves e o usuário Barril do Chavinho venceu no quesito melhor moderador do FTdC.

Confira o resultado completo do Prêmio Ramón Valdez clicando aqui.

E para quem não viu a Matéria no Domingo Legal

Finalmente o vídeo, disponibilizado pelo usuário do FUCH (Fórum Único Chespirito) e contemplado com o prêmio, Nightmare, foi disponibilizado no YouTube. Clique abaixo para assistir a cada vídeo.


Notícia de Última Hora

Postado no Fórum Único Chespirito, pelo Mestre Maciel:

Galera, para a cadeira de Produção em Revista da Faculdade de Jornalismo da PUCRS, fiz uma matéria sobre os nossos amados seriados mexicanos a ser incluída na revista do semestre. Ela deverá, porém, ser impressa só em março, quando recomeçam as aulas na universidade. Para a reportagem, fotografei o Kagiva todo fardado de chavesmaníaco, cercado de DVD's, bonecos e revistas do Chaves. Acidentalmente, acabei deletando as fotos do menino-bola do meu computador. Mas creio que o Kagiva tenha as fotos para que ele poste para a galera...

Como os professores da cadeira reservaram para a minha reportagem apenas uma página, tive que cortar para a revista boa parte do texto abaixo (incluindo, infelizmente, os links dos sites CH que havia preparado para aparecer em boxes laterais). Aqui, vocês acompanharão a matéria na íntegra. Confiram e observem se não há nada para ser corrigido ou atualizado (redigi o texto em setembro).

O FENÔMENO CHAVES
por Marco Maciel

Quem poderia imaginar, no distante 24 de agosto de 1984, que um certo seriado mexicano, estreante nesta data na televisão brasileira, iria prosseguir até hoje na programação com os mesmos episódios? E o que é mais incrível: com a liderança absoluta da audiência, batendo a poderosa Rede Globo. São os efeitos de um fenômeno chamado Chaves, no México conhecido como El Chavo del Ocho (“O Garoto do Oito”, em português). Mesmo com produção precária e imagem envelhecida, aliadas à inusitada situação de adultos interpretarem crianças, o seriado criado por Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito (diminutivo em espanhol de Shakespeare), encanta a pessoas de todas as idades e faz sucesso em todo o mundo, levando no mesmo embalo o super-herói Chapolin Colorado, outro personagem consagrado de Chespirito, que ao mesmo tempo em que escrevia todos os roteiros, interpretava a dupla a cada episódio. Mas qual seria a justificativa para tamanho êxito de Chaves nos países em que é exibido? É algo que nem o próprio criador sabe explicar. “Se eu soubesse a fórmula do sucesso, iria patenteá-la e ficaria milionário”, brinca Bolaños em entrevista concedida para a revista Contigo em 2004, alegando que uma mistura de fatores foi responsável pelo fenômeno.

Qual o segredo do sucesso?

A união de fatos que acarretou o êxito dos seriados de Chespirito é composta pelo caráter universal dos personagens, que permite uma identificação grandiosa de todos tanto com as travessuras das crianças quanto do convívio aliado ao desentendimento dos vizinhos. “Todos nós conhecemos ou fomos um deles”, afirma Nelson Machado, dublador do personagem Quico e um dos profissionais mais ativos da dublagem brasileira, cuja voz é reconhecida em inúmeras produções. O presidente do Fã-Clube gaúcho do Chaves, Maurício Trilha, de 15 anos, possui a mesma opinião de Machado, e elogia o estilo de humor simples e inocente usado no seriado. “Chespirito conseguiu representar um pouco de cada massa populacional dentro de um cortiço, e fez isso brilhantemente, com piadas sem adesão ao sexo e sem as chulices que os programas de humor atualmente usam para fazer sucesso”, justifica. O humor atemporal - que permite o sucesso em qualquer época -, bem como a qualidade do texto de Bolaños, o talento dos atores e a dublagem brasileira também compõem a mistura de fatores citada pelo criador e intérprete de Chaves e Chapolin.

Encontros virtuais e reais

A fidelidade dos numerosos fãs das séries no Brasil é comprovada na internet. Há dezenas de sites com conteúdo vasto sobre a história dos seriados, fotos e episódios - muitos deles inéditos e em espanhol - para baixar. Existem também dois fóruns de discussão bastante interessantes a respeito dos seriados: o Fórum Único Chespirito (www.forumch.com.br) e o Fórum do Fã-Clube (www.forumdochaves.com). No site de relacionamentos Orkut, são centenas de comunidades referentes a Chaves e a Chapolin. A maior é a “Eu Amo o Seu Madruga”, com mais de 500 mil membros. Mas a união dos chamados “chavesmaníacos” saiu do virtual para o real através de eventos realizados em homenagem aos seriados mexicanos. Nessas festas, ocorridas em locais de grande capacidade de público, costumam acontecer exibições de episódios, concursos de sósias dos personagens, comércio de iguarias freqüentes no seriado - como sanduíches de presunto, churros e refrescos de tamarindo – e, por fim, a melhor atração de todas: a presença dos dubladores dos personagens, que palestram e reproduzem diálogos clássicos dos episódios de Chaves e Chapolin, levando os fãs ao delírio. O responsável pelos eventos é o presidente do Fã-Clube Chespirito-Brasil, Gustavo Berriel, que admite o grande trabalho que tem ao organizá-los. “Eu já pensei em desistir, mas quando eu vejo o sucesso todo, ganho forças para continuar e fazer novos eventos”, conta. Por enquanto, eles aconteceram apenas nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo (onde o último chegou a registrar a presença de mais de 6 mil pessoas). Na capital gaúcha, o evento está previsto para acontecer em 2007 no teatro da Amrigs. “Porto Alegre é uma das cidades que mais comporta fãs de Chaves no Brasil”, exclama Berriel.

Livros sobre a série tornam-se best-sellers

A paixão pelas séries de Chespirito motivou o trio de jornalistas Fernando Thuler, Luís Joly e Paulo Franco a publicar, em setembro de 2005, o livro Chaves – Foi Sem Querer Querendo?, da editora Matrix. O conteúdo, baseado em curiosidades e numa análise sociológica sobre as séries, foi inspirado na monografia feita pelo trio para a conclusão de seus cursos e a publicação tornou-se um grande sucesso de vendas. “Foi um projeto inovador, que consumiu dois anos de pesquisa, pois sabemos como os fãs são exigentes e detalhistas”, explica Joly. Menos de um ano depois, a pedido dos “chavesmaníacos” e da editora Matrix, despontou nas livrarias em julho Chaves & Chapolin – Sigam-me os Bons, o segundo livro a respeito das séries de Chespirito. Na nova publicação, que não contou com a colaboração de Paulo Franco, os autores descrevem os principais episódios de Chaves e Chapolin e disponibilizam letras cifradas das musiquinhas cantadas nos seriados e um quiz com quase 600 perguntas sobre os episódios. “As vendas estão bem, mas não superam as do primeiro, já que é um livro mais voltado para os fãs”, esclarece Thuler.

Outra publicação que se encontra à venda nas livrarias desde o início do ano é O Diário do Chaves. Ao contrário dos dois primeiros livros, escritos por fãs, este foi redigido pelo próprio criador Roberto Gómez Bolaños e, no México, supera em vendas o famoso best-seller O Código da Vinci, de Dan Brown. Lançado originalmente em 1995 com o nome de “El Diario del Chavo del Ocho”, Chespirito resolve encarnar o personagem e narra, em primeira pessoa, situações vividas pelo garoto órfão. Alguns fatos descritos no livro, como o relato de Chaves ter apanhado no orfanato onde vivia e a morte do carteiro Jaiminho, dividiram as opiniões de alguns fãs. O estudante de Jornalismo Eduardo Rodrigues, 24 anos e colaborador de vários sites dedicados aos seriados, não apreciou o livro de Bolaños. “Apesar do Chaves ter um lado meio melancólico, pela pobreza que enfrenta, a série sempre me faz lembrar de coisas boas e engraçadas. Por isso que eu não gostei do livro”, justifica. Em contrapartida, o advogado Felipe Araújo, 26 anos e vice-presidente do Fã-Clube Chespirito-Brasil, gostou de O Diário de Chaves. “É simplesmente exuberante, a leitura é deliciosa e emocionante, apesar de ser um pouco estranho pelos fatos que ocorrem”, opina.

Novos episódios de Chapolin: você sabia?

O SBT, que apresenta Chaves e Chapolin há mais de 22 anos, não possui todos os episódios gravados na fase áurea das séries: os anos 70. Porém, há algum tempo que a emissora deixou de apresentar alguns capítulos, sobretudo de Chaves. Essas histórias ausentes são conhecidas pelos fãs como “episódios perdidos”. Em 2003, uma remasterização realizada pelo SBT permitiu a volta de oito episódios de Chaves não apresentados há mais de dez anos na ocasião. Já em Chapolin, até hoje o fã comemora a exibição de vários episódios novos, a maioria inclusive nunca apresentados pelo SBT, que sequer divulga a exclusividade dos capítulos no Brasil. “A própria emissora admitiu que não tem conhecimento do que exibe. Pegam qualquer fita, a editam e a preparam para ir ao ar. De repente, esses inéditos estavam perdidos em alguma gaveta do SBT, alguém achou, e eles decidiram exibir”, critica Maurício Trilha. O dublador do Quico, Nelson Machado, acha tão absurda a história - embora seja verdadeira - que acredita que ela seja uma lenda. “Todos os episódios foram dublados há mais de vinte anos e não acredito que alguém mande dublar um episódio, gaste dinheiro com isso, para depois escondê-lo por vinte anos”, enfatiza. Se, por um lado, os fãs comemoram a exibição de episódios inéditos de Chapolin, por outro lamentam profundamente que a série não seja apresentada para todo o Brasil. Algumas afiliadas do SBT colocam programas locais no lugar e, assim, muitas praças ficam sem assistir aos novos episódios. E, por alguma espécie de ironia, no horário em que Chaves geralmente vence na audiência o noticiário Globo Esporte (ao meio-dia), as afiliadas exibem seus telejornais locais. Assim, o seriado na hora do almoço fica restrito apenas para a capital paulista, onde os índices do Ibope são medidos.

DVD’s reúnem antigo elenco de dubladores

A obra de Chespirito atualmente vem movimentando também o mercado de DVD’s. O primeiro foi lançado em agosto de 2005, distribuído pela Imagem Filmes. Porém, como a empresa lançou os episódios com o som original em português sem pagar aos dubladores, a emissora mexicana Televisa, responsável pelos direitos dos episódios, cessou as negociações com a Imagem. Assim, a empresa Amazonas Filmes passou a receber o projeto, com a condição de que houvesse uma nova dublagem. O empresário Paulo Duarte, representante da Amazonas, entrou em contato com o Fã-Clube Chespirito-Brasil para obter ajuda na confecção dos novos DVD’s. Gustavo Berriel, presidente do Fã-Clube, indicou os mesmos dubladores tradicionais de cada personagem, à exceção de Marcelo Gastaldi, dono das famosas vozes de Chaves e Chapolin, falecido em 1995. Para dublar os personagens de Chespirito, o experiente Tatá Guarnieri foi o escolhido. Os demais dubladores estão no projeto, ou seja, quase todos os personagens aparecem nos discos com as suas vozes clássicas. “Voltar a fazer o Quico é muito bom, é bem divertido”, afirma o dublador Nelson Machado. Já Mário Vilella, a tradicional voz do Senhor Barriga e do Nhonho, estava disposto a participar. Infelizmente, vitimado por diabetes, faleceu em dezembro de 2005. “Vilella ainda chegou a começar o trabalho. No primeiro dia em que chegou ao estúdio, ele estava eufórico. Conversamos muito, Vilella estava muito feliz e agradecido aos fãs pela força. Mas estava visivelmente debilitado, sem forças, abatido... Já no estúdio, ele não conseguia dublar. Foi muito sofrimento, é duro lembrar”, emociona-se Berriel.

A Amazonas Filmes vem lançando os DVD’s em boxes contendo três discos cada: um do Chaves, outro do Chapolin e mais um com personagens menos famosos de Chespirito, como Chompiras e Chaparrón, além do já conhecido Doutor Chapatin, em esquetes dos anos 80 e 90. O primeiro box foi lançado em dezembro de 2005, poucos dias depois da morte de Mário Vilella, que é homenageado nos créditos dos DVD’s. A grande maioria dos episódios contidos nunca foi apresentada no Brasil e, além da nova dublagem, também vem disponível o áudio original, em espanhol. A Amazonas Filmes lançará um total de dez boxes de DVD’s do Chaves. Os cinco primeiros já estão à venda. Um outro privilégio concedido pela Amazonas Filmes ao Fã-Clube foi a possibilidade de seus integrantes ajudarem na adaptação dos scripts traduzidos de cada episódio e também de assistirem à dublagem dos episódios nos estúdios Gábia, em São Paulo. Gustavo Berriel, além de coordenar as ações do Fã-Clube no projeto de DVD’s, também é o encarregado de dublar os personagens Nhonho (em substituição à Mário Vilella) e Jaiminho (no lugar de Older Cazarré, morto em 1992 em decorrência de uma bala perdida). Para Berriel, Vilella e Cazarré são insubstituíveis: “Dublar o Nhonho para mim simboliza imortalizar o Mário Vilella. Cada vez que faço aquela voz fina e rouca, posso sentir sua presença. Não sei descrever o que eu sinto ao dublar esses personagens”, exalta.

Perguntas sem resposta

É evidente que as perguntas seguintes sejam consideradas grotescas, mas não custa nada fazê-las. Qual outro seriado, há mais de duas décadas no ar de forma quase ininterrupta, é líder do Ibope na televisão brasileira? Há outro programa que apareça no Livro dos Recordes como o único a conquistar o primeiro lugar na audiência em todos os países em que foi exibido? Qual outro seriado que tem bordões e diálogos memoráveis insistentemente citados a cada roda de amigos? Existe alguma outra atração cujo evento em sua homenagem provoque uma lotação de mais de 6 mil pessoas? Qual outro personagem de televisão virou selo postal em seu país (os selos de Chaves e Chapolin foram lançados recentemente no México)? Os fatos descritos, bem como essas questões sem resposta, consolidam ainda mais o fenômeno da “Chavesmania”. E tal sucesso, seguindo as palavras do próprio criador Roberto Gómez Bolaños e de seu principal personagem, foi adquirido “sem querer querendo”.

BOXES

Lista dos principais sites CH:

- Turma CH – www.turmach.com
- CHBR – www.chespiritobr.com
- Clube do Chaves – www.clubedochaves.com.br
- Tinha que ser o Chaves! - http://tinhaqueserochaves.50webs.com/ch.html
- Chespirito Web - www.chespiritoweb.k6.com.br
- Casa CH – www.chavesechapolin.net
- Vila do Chaves – www.viladochaves.com
- Chespirito.org (site porto-riquenho) – www.reniet.com/chespirito
- Portal Chespirito – www.portalchespirito.k6.com.br
- O Mundo Chavesmaníaco! – www.chavesmaniaco.net
- Chespirito World – www.chespiritoworld.cjb.net
- Universo CH – www.universoch.com
- CH 500 – www.ch500.net
- Danizinha – www.danizinha.org
- Turma do Chaves – www.turmadochaves.com
- El Chavo Brasil – www.elchavobrasil.cjb.net

Principais comunidades do Orkut (baseadas em personagens e em diálogos clássicos dos episódios):

- Eu Amo o Seu Madruga
- Chaves
- Chavo e Chapolin (Chaves)
- Que burro, dá zero pra ele
- Chaves é Cultura!
- “E volta o cão arrependido...”
- Eu cresci vendo Chaves
- Chaves & Chapolin
- Festival da Boa Vizinhança
- Hector Bonilla
- Quero conhecer Tangamandápio
- Dizia eu que a aritmética
- Chiquinha Rox
- Essa caveira signifia PRERIGO
- Lavadora Volkswagen
- Área plana é a mulher do áreoplano
- Cacuquei tetinho...
- TRIPA SECA – O Vilão
- Mas por que se eu não fiz nada
- Seu Madruga domina o Orkut!!!
- Seu Madruga vão matar o senhor
- Seu Madruga vestido de Chaves
- Seu Madruga merece um Oscar
- Seu Madruga, me vê um churros?
- Que bonita sua roupa...
- Quero ver, outra vez...
- Não são Pedras, são Aerolitos!
- Eu adoro o Quico!
- Seu Madruga é Rei
- Não tem Biscoito!!!
- Eu prefiro o Godinez
- Parangaricotirrimirruaro
- Melhor ir ver o filme do Pelé!
- Já chegou o disco voador!
- Pirata Alma Negra

TOP 5

Eis a lista dos cinco melhores episódios de cada seriado, após a avaliação de 25 especialistas dos seriados de Chespirito (lista publicada na revista Flashback de janeiro de 2006).

CHAVES

1º A Vizinhança em Acapulco – Quem é que não assistiu a esse clássico, em que toda a turma da vila vai passar umas férias na mais famosa praia mexicana? E o que dizer da dublagem, que resolve trocar Acapulco por Guarujá quando os personagens chegam ao Hotel Acapulco-Intercontinental? Destaque também para a música “Boa Noite Vizinhança”, cantada no final com todos os personagens reunidos na praia ao entardecer. Frase do episódio: “Eu vou à Acapulco tomar banho de mar”.

2º O Aniversário do Seu Madruga – Seu Madruga pensa que vai morrer, pois todos perguntam se ele se sente mal. Na verdade, os vizinhos querem lhe preparar uma festa surpresa de aniversário. Enquanto isso, Chaves pensa que eles querem matar o pai da Chiquinha. Frase do episódio: “O senhor não vai morrer! Vão matar o senhor!”.

3º Os Espíritos Zombeteiros – Neste episódio não apresentado pelo SBT desde 1992, Seu Madruga deseja saber por que desaparecem os pratos de sua casa. Dona Clotilde, achando que tudo é obra dos “espíritos zombeteiros”, organiza uma seção espírita na casa de Seu Madruga. Mas é ele quem dá o sumiço nos pratos, em constantes ações de sonambulismo. Frase do episódio: “Você não sabe se o Seu Madruga é sonâmbulo? Não, é catarinense”.

4º O Festival da Boa Vizinhança – O festival é idealizado por Seu Madruga na intenção de que ele seja a festa do amor e da amizade. Mas a confusão é tanta durante os números individuais das crianças e a peça de teatro que as discórdias acabam proliferando. Quem é que não se lembra do poema “O Cão Arrependido”, recitado por Chaves? Há uma quarta parte do episódio, nunca exibida no Brasil. Frase do episódio: “Mamãe querida, meu coração por ti bate... como caroço de abacate”.

5º O Julgamento do Chaves – Chaves, acidentalmente, atropela o gato do Quico com a bicicleta de Seu Madruga. O órfão então é julgado pelo Professor Girafales, como se fosse num tribunal, para definir se ele teve ou não a culpa pela morte do “animal” (ou “massacote”) do Quico. Frases do episódio: “Qual o animal que come com o rabo?” e “O gato ou o Quico?”.

CHAPOLIN

1º Branca de Neve e os Sete Anões - Sátira inesquecível de Chespirito para o conto, com destaque para os anões cantando a música “Churi Churi Fun Flays” em espanhol. A terceira parte nunca foi apresentada pelo SBT. Frase do episódio: “Já saiu Cheves, a cerveja incrível”.

2º Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho – No Velho Oeste, Chapolin enfrenta o terrível bandido Racha Cuca (Ramón Valdez). Como não rir das propagandas do Polegar Vermelho (chamado assim no episódio, em função da dublagem antiga) da revistinha do Chaves e da sua excursão à Disneylândia, oferecidas por Chapolin ao vilão? Frase do episódio: “Não quer ir à Disneylândia com o Polegar Vermelho?”.

3º Julieu e Romieta parte 2 – Exibida apenas uma vez no Brasil em 1998, é a segunda parte da saga de Julieu (Carlos Villagrán) e Romieta (Florinda Meza). A cena da serenata que Chapolin e Julieu fazem no balcão é uma das mais engraçadas de todo o seriado. Destaque para o hilariante clipe “Taca la Petaca”, cantado em espanhol. Frase do episódio: “Chorar e chorar, chorar e chorar”.

4º A Peruca de Sansão – Chapolin descobre que a peruca roubada de um museu dá à pessoa que a usar uma força descomunal. O episódio voltou a ser exibido pelo SBT em 2006, depois de onze anos ausente no Brasil. Frase do episódio: “Olhe, senhorita! Não gostaria de assinar um contrato para lutar contra o Maguila?”.

5º Dr. Chapatin Atrapalha o Casamento – O médico idoso, teimoso e ranzinza é convidado para a cerimônia de casamento de sua enfermeira (Florinda Meza). O noivo (Carlos Villagrán) está preocupado com a possibilidade de perder o avião que levará o casal para a lua-de-mel. Mas, de tanto Chapatin implicar com o noivo e interromper o juiz de paz (Ramón Valdez), os dois escapam de embarcar num avião que explode no momento de decolar. Frase do episódio: “A culpa é do montão... do montão de anos que você tem”.

ATORES

Que fazem hoje os astros que encantam o mundo com suas atuações extraordinárias nas séries:

ROBERTO GÓMEZ BOLÃNOS “CHESPIRITO” (Chaves, Chapolin, Chapatin, Chompiras e Chaparrón) – Deixou de gravar os seriados em 1995. Casado com Florinda Meza, a Dona Florinda, lançou recentemente no México sua autobiografia “Sin Querer Queriendo – Memorias”. Aos 77 anos, passa por alguns problemas de saúde, pois perdeu a audição do ouvido esquerdo e luta contra um enfisema pulmonar, resultado de 40 anos em que foi fumante. Tanto que Chespirito sempre afirma que sua maior vitória na vida foi ter parado de fumar há 11 anos.

CARLOS VILLAGRÁN (Quico) – Aos 62 anos, vive na Argentina e tem um circo, o “El Circo de Kiko”, que esteve no Brasil em 1995. Saiu do elenco dos seriados em 1979, e gravou a série “Kiko” na Venezuela junto com Ramón Valdez. De volta ao México, fez o seriado “Ah, que Kiko”.

RAMÓN VALDEZ (Seu Madruga) – Era irmão de Tin-Tan, famoso comediante mexicano. Antes de integrar o elenco de Bolaños, participou de dezenas de filmes no México. Após integrar o elenco do seriado “Kiko” na Venezuela, voltou em 1981 a gravar as séries de Chespirito. Nos últimos anos de sua vida, viajou por todo o México com seu circo, até falecer no dia 9 de agosto de 1988, vítima de câncer no pulmão.

FLORINDA MEZA (Dona Florinda e Chimoltrúfia) – Apesar de viver com Chespirito desde o final da década de 70, o casamento no civil ocorreu apenas em novembro de 2004. Florinda, aos 58 anos, atualmente se dedica ao marido, atuando como seu intérprete em função dos problemas auditivos de Bolaños. Escreveu algumas novelas, como “Amor e Ódio” (exibida pelo SBT em 2001) e “Alguna Vez Tendremos Alas”. Não teve filhos com Bolaños.

MARÍA ANTONIETA DE LAS NIEVES (Chiquinha e Dona Neves) – Atualmente enfrenta seu ex-parceiro de cena Chespirito, que move um processo contra ela devido ao uso pela atriz da personagem Chiquinha, criada por Bolaños, que alega que ela não possui os direitos de interpretá-la em seu circo e em programas de televisão. María chegou a ter um princípio de enfarte quando soube do processo movido pelo ex-colega. Com 55 anos, atua hoje em dia em novelas. A última foi “Sueños y Caramelos”, de 2005.

RUBÉN AGUIRRE (Professor Girafales, Lucas Pirado e Sargento Refúgio) – Rubén, antes conhecido como Professor Linguiça, atualmente pesa 122 quilos, distribuídos em 1m95cm. Em 2004, devido a um problema na perna, Rubén tomou cortisona imaginando que tinha artrite, já que sofria de terríveis dores no joelho. O problema, no fim, não era esse e o ator acabou engordando 20 quilos. Antes de se consagrar mundialmente, Rubén foi radialista, toureiro, ventríloquo, apresentador de TV e executivo da Televisa. Está com 72 anos.

EDGAR VIVAR (Seu Barriga, Nhonho e Botijão) – Muito mais obeso do que em relação à fase clássica do seriado, Edgar chegou a ficar seis meses internado numa UTI em função de problemas cardíacos. Esteve no Brasil em setembro de 2003, onde visitou o hoje extinto programa Falando Francamente, de Sônia Abrão, no SBT. Atualmente morando na Argentina, Edgar Vivar, 55 anos, recentemente participou do filme Bandidas, estrelado por Penélope Cruz e Salma Hayek.

ANGELINES FERNÁNDEZ (Dona Clotilde, a Bruxa do 71) – Espanhola de Madrid, teve de fugir para o México na década de 40 em função de sua oposição à ditadura do general Franco. Por incrível que pareça, Angelines já foi uma das mais belas atrizes de sua geração. Após atuar em diversos filmes (era figura constante nas produções do mexicano Cantinflas), integrou até o fim de sua vida o elenco de Chespirito. Morreu em 1994, aos 71 anos (infeliz coincidência com relação ao apelido em que sua personagem ficou conhecida), em decorrência de um câncer no pulmão.

RAUL PADILLA (Jaiminho) – Da sua estréia no elenco em 1979, atuou até morrer em 1994, aos 75 anos, vítima de diabetes.

HORÁCIO GÓMEZ BOLAÑOS (Godinez) – Pra quem não sabe, o intérprete do Godinez, o menino de olhos arregalados que vivia sentado no fundão da classe, era o irmão mais novo de Chespirito. Além de atuar nos seriados, também dirigia filmes no México. Faleceu em 1999, aos 69 anos, vítima de infarto.

Parabéns, pela excelentísima matéria, Mestre, e até o lançamento!

Volta em abril.

Um Feliz Natal Para Todos